Deputado Luis Miranda diz que muitas informações contradizem narrativa do 'governo sem corrupção'
O parlamentar reforçou, ainda, que foi incentivado por Arthur Lira a expor o suposto esquema de corrupção no Ministério da Saúde
O deputado Federal Luis Miranda - Jefferson Rudy/Agência Senado
O deputado Federal Luis MirandaJefferson Rudy/Agência Senado
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Rio - O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou nesta terça-feira (29) que existem muitas informações sobre o governo federal que, se vierem à tona, destroem a narrativa de que não há corrupção na gestão de Jair Bolsonaro. Em entrevista à TV Cultura, Miranda falou sobre irregularidades que ele e o irmão Ricardo Miranda, funcionário do Ministério da Saúde, expuseram sobre a compra de vacinas.
"O Ministério (da Saúde) é cheio de informações que não batem com o correto, vamos chamar assim. Não é a primeira vez que a gente busca alguém do Executivo para poder apresentar denúncias", afirmou o deputado. Miranda também rebateu acusações do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, a quem chamou de "mafioso" e disse que mentia.
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De acordo com o que a revista Crusoé informou, Miranda revelou a aliados que o líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e o lobista Silvio Assis teriam oferecido propina de US$ 0,06 a cada dose de vacina contratada pelo Ministério da Saúde para que Miranda parasse de atrapalhar a negociação para aquisição das vacinas da Covaxin.
Segundo o deputado, se o presidente Jair Bolsonaro tivesse dito a verdade sobre a compra das vacinas da Covaxin desde o início, não estaria "no meio desse furacão". "A CPI só passou a ter interesse no depoimento dos irmãos Miranda porque o presidente não admitiu que nós estivemos lá (no Palácio do Planalto)", afirmou Miranda sobre encontro que teve com Bolsonaro para tratar do caso.
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Miranda descartou ter sido incentivado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a expor o caso. "Como parlamentar de primeiro mandato, fiquei preocupado em participar de uma CPI do Senado até porque naquele momento não era eu o convocado, mas meu irmão", disse durante entrevista.
Segundo relato de Miranda, o presidente Arthur Lira orientou que ele seguisse com o depoimento ao lado do irmão. "Toca pra frente Por que você está me perguntando isso?", teria dito Lira segundo Miranda. "Talvez não acharam que o que a gente tinha para falar era tão forte ou tão impactante", disse Miranda que relata pressões de parlamentares para que responda a processo no Conselho de Ética da Casa.
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