Temer diz que pressão por impeachment de Bolsonaro 'é mais um esquema eleitoral'
Temer, que assumiu o planalto após o impedimento de Dilma, afirma que 'não há uma consciência coletiva como em 2016' para a deposição de Bolsonaro
"Quem derruba presidente não é o Congresso, é povo na rua", disse Temer. - Reprodução
"Quem derruba presidente não é o Congresso, é povo na rua", disse Temer.Reprodução
Por iG
Empossado após um processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) revela não achar útil o impedimento de Jair Bolsonaro (sem partido) e diz que o processo causa um "trauma institucional".
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, Temer avalia que a pressão por um impedimento de Bolsonaro, neste momento, "é mais um esquema eleitoral, não há uma consciência coletiva como em 2016". Segundo o ex-presidente, não há "quem derruba presidente não é o Congresso, é povo na rua".
Fora das disputas políticas desde a posse de Jair Bolsonaro, o emedebista revelou que está trabalhando numa proposta de semipresidencialismo como sistema de governo. Isso porque, de acordo com Temer, foi a inclusão do Congresso na condução do governo que o sustentou.
"Eu aguentei aqueles dois anos e meio com apoio do Congresso. Formatamos um projeto e agora ele está sendo rediscutido. Propunha que devia ser para 2026, porque quem foi eleito agora o foi sob um regime jurídico que permite reeleição", opinou o ex-chefe do executivo federal.
Ao opinar sobre a 'terceira via' para as eleições presidenciais em 2022, Temer revela que conversou com alguns candidatos que poderiam ser viáveis, mas o único problema seria costurar uma candidatura única.
"Se você tem seis nomes e os seis querem ser candidatos? O eleitor precisa ter uma opção. É preciso alguém com razoável experiência nas questões políticas. Não dá para personalizar. [Moro] tem simpatizantes, não sei se o suficiente para uma candidatura.", avalia Michel.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.