Com vacinação mais veloz, Estados não têm alta nas mortes por covid pela 1ª vezFoto: Arquivo
Estes avanços vão configurando novos cenários. No momento atual, o curso da pandemia segue com mudança gradativa do perfil etário de casos internados e óbitos. O rejuvenescimento, com expressiva concentração entre a população adulta jovem, traz novos desafios com relação às formas de enfrentamento da pandemia, como os relacionados a garantia da cobertura vacinal no maior estrato populacional do Brasil (30 a 59 anos), e reconhecer situações específicas de vulnerabilidade, requerendo abordagens mais adequadas às novas faixas etárias, e um aprofundamento das discussões sobre a repercussão da pandemia nestes estratos populacionais.
O boletim da Fiocruz demonstra que a maioria dos estados apresentou queda substantiva no indicador, com destaque para as mudanças nos quadros de Tocantins (90% para 71%) e Sergipe (88% para 56%), que migraram da zona de alerta crítico para a zona de alerta intermediário e para fora da zona de alerta, respectivamente.
Com queda de quatro pontos percentuais, o Rio de Janeiro saiu da zona de alerta, com a taxa de ocupação caindo de 63% para 59%. No Maranhão a taxa caiu de 79% para 75% e em São Paulo de 76% para 72%. O Distrito Federal tem mantido o indicador relativamente estável, um pouco acima de 80%.
Pela primeira vez em meses, somente um estado, Roraima (97%), apresenta taxa de ocupação superior a 90%. Também na zona crítica, com taxas entre 80% e 89%, encontram-se mais dois estados: Paraná (89%) e Santa Catarina (85%) e o Distrito Federal (82%). Quinze estados estão na zona de alerta intermediário (60% e <80%): Amazonas (62%), Tocantins (71%), Maranhão (75%), Piauí (69%), Ceará (73%), Pernambuco (63%), Alagoas (66%), Bahia (70%), Minas Gerais (70%), Espírito Santo (63%), São Paulo (72%), Rio Grande do Sul (79%), Mato Grosso do Sul (74%), Mato Grosso (76%) e Goiás (74%). Oito estados estão fora da zona de alerta: Rondônia (59%), Acre (26%), Pará (55%), Amapá (50%), Rio Grande do Norte (57%), Paraíba (49%), Sergipe (56%) e Rio de Janeiro (59%).
Seis capitais estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 iguais ou superiores a 80%: Boa Vista (97%), São Luís (83%), Rio de Janeiro (83%), Curitiba (85%) Goiânia (85%) e Brasília (82%). Onze capitais estão na zona de alerta intermediário, com taxas iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%: Porto Velho (69%), Manaus (62%), Tocantins (71%), Teresina (sem informação direta; número estimado em torno de 66%), Fortaleza (74%), Salvador (62%), Belo Horizonte (63%), Vitória (64%), São Paulo (66%), Porto Alegre (69%) e Campo Grande (78%). Dez capitais estão fora da zona de alerta: Rio Branco (28%), Belém (51%), Macapá (56%), Natal (53%), João Pessoa (48%), Recife (56%), Maceió (57%), Aracaju (58%), Florianópolis (52%) e Cuiabá (61%).
Vacinação
O estudo ainda aponta que o país vacinou mais de 45% da população adulta com pelo menos uma dose de vacina e cerca de 16% com as duas doses. Os pesquisadores alertam que falhas operacionais no SUS podem resultar em atraso no registro das doses aplicadas. Segundo os cientistas do Observatório, o sucesso do Plano Nacional de Imunização depende da adoção de estratégias mais adequadas de comunicação, além de melhor coordenação e planejamento. Também é destacado que o surgimento de variantes continua sendo uma ameaça, com potencial de reduzir a efetividade das vacinas disponíveis.
Onze estados apresentaram percentual de vacinados com esquema completo inferior à média nacional, com destaque para Maranhão, Paraná, Rondônia e São Paulo. No Boletim ainda consta que a falta de coordenação nacional fez com que estados e municípios adotassem critérios próprios quanto aos grupos prioritários. Em algumas localidades, inclusive, o calendário de vacinação foi adiantado e por isso faltaram imunizantes para a aplicação da segunda dose.
“O adiantamento da vacinação sem a segurança de doses disponíveis pode causar uma situação de frustração ou até mesmo o deslocamento de pessoas em busca de vacina, sobretudo em busca da segunda dose, caso se adiantem as primeiras doses e ocorra algum problema no cronograma de entrega de vacinas”, ressaltam.
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