Universidade busca pessoas que já tiveram Covid para testar tratamento
Voluntários devem ter mais de 18 anos, além de ter tido infecção pelo novo coronavírus há menos de 10 dias, sem indicação de hospitalização e com saturação de oxigênio acima de 92%
Estudo busca pessoas que já tiveram Covid para testar tratamento - Reprodução
Estudo busca pessoas que já tiveram Covid para testar tratamentoReprodução
Belo Horizonte - Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, Argentina, Peru, África do Sul, além de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, pretende utilizar os anticorpos monoclonais desenvolvidos pelos infectados pela Covid-19 contra a doença. Para isso, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Hospital das Clínicas buscam voluntários para participar do estudo.
"Este anticorpo é purificado e expandido, como se fizéssemos cópias infinitas daquele anticorpo original no laboratório. É uma substância sintética. O objetivo dele é bloquear o lugar onde a espícula do coronavírus se liga no receptor da célula e bloqueia a infecção", explicou o imunologista e coordenador da pesquisa da universidade, Jorge Pinto, ao G1.
O tratamento serviria para prevenir o agravamento da doença principalmente em pacientes que do grupo de risco, como hipertensos, obesos, tabagistas e imunossuprimidos.
Ao todo, a expectativa é que 700 voluntários participem do estudo no país. Parte deles vai receber o anticorpo e parte vai receber placebo. Na UFMG, eles serão acompanhados por 72 semanas, por meio de visitas remotas e visitas presenciais nas semanas 4, 12 e 24 após a infusão.
Os voluntários devem ter mais de 18 anos, além de ter tido infecção pelo novo coronavírus há menos de 10 dias, sem indicação de hospitalização e com saturação de oxigênio acima de 92%. Gestantes e lactantes não podem participar.
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Os anticorpos serão aplicados em dose única na veia do voluntário por meio de uma agulha ou de um cateter esterilizado).
Os selecionados terão ajuda de custo para transporte e alimentação e todas as consultas e exames serão gratuitos.
Benefícios do tratamento
Segundo Jorge Pinto, o tratamento é simples e seguro, mas pode ter um alto custo.
"O grande desafio é o custo. Medicamentos de tecnologia nova sempre entram com custo muito alto. Mas é preciso colocar na balança da saúde pública, porque tem sido gasto muito dinheiro com internações. E a gente sabe da gravidade da doença Covid", disse o professor ao G1.
Como participar
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Os interessados devem contatar a equipe da Faculdade de Medicina da UFMG através do telefone (31) 98109-1143 ou pelo e-mail cov3001.ufmg@gmail.com. Já no Hospital das Clínicas, os contatos são pelo telefone (31) 97170-1111 ou e-mail cpconvida.hcmg@ebserh.gov.br.
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