Otto Alencar (PSD-BA) na CPI da Covid Waldemir Barreto/Agência Senado
"O Bolsonaro foi convencido por aquele gabinete paralelo e outros conselheiros não médicos de que a hidroxicloroquina funcionava, o que é absurdo. Ele defendeu isso e não quis recuar disso. Até hoje seus seguidores radicais acreditam nisso. Todos estudos foram feitos e a hirdoxicloroquina não tem eficácia", disse. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também já se posicionou contrária ao uso desse medicamento.
O "gabinete paralelo" é o nome dado a um grupo de assessores e especialistas formado no governo para orientar o presidente sobre o enfrentamento da crise sanitária e que seria responsável pela insistência no uso da cloroquina contra a doença. Apontado como um dos líderes desse comitê, o ex-assessor especial da Presidência Arthur Weintraub é outro citado no estudo da LLYC.
O irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub aparece em segundo entre os maiores influenciadores em mais de uma fase da pandemia, conforme o estudo da LLYC. Ele confirma ter indicado a cloroquina, mas nega o "gabinete paralelo". O Estadão procurou na semana passada a Secretaria Especial de Comunicação, do governo federal, e Weintraub para comentar o estudo, mas não obteve resposta.
Mortes
"Sem dúvida, uma cota das 550 mil mortes por covid foi em função disso (defesa do tratamento precoce) e de aglomerações, do não uso da máscara, da falta de comprar vacinas no ano passado", afirmou Alencar.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), suplente na CPI, também concorda que a desinformação é parte importante do momento que o país vive. "A desinformação é uma parte relevante da tragédia que vivemos. A CPI e a vacina têm contribuído para impedir essa desinformação", afirmou ontem.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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