Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo SachsidaMarcello Casal Jr/Agência Brasil
O assessor de Paulo Guedes admitiu, em ofício encaminhado à CPI, que não consultou o Ministério da Saúde quando defendeu a tese de imunidade de rebanho ao projetar indicadores econômicos em novembro do ano passado. A CPI havia perguntado ao secretário por que o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021 não previa despesas de enfrentamento à covid-19.
Se o requerimento for aprovado, esse será o primeiro avanço da CPI da Covid no Ministério da Economia. A convocação do próprio Guedes está no radar desde o início dos trabalhos da comissão, em abril, mas nunca andou a ponto de ser pautada.
Em resposta a solicitações feitas pela CPI, Sachsida disse que "não houve qualquer comunicação e/ou troca de documentos do Ministério da Saúde (MS) com a SPE (Secretaria de Política Econômica)" sobre a imunidade de rebanho quando declarou, em novembro do ano passada, que considerava "baixíssima a probabilidade de uma nova onda de coronavírus no país".
"Esses fatos são graves. Demonstram a omissão do governo, a falta de uma política de combate à pandemia e a completa ausência de coordenação do governo federal. Ademais, demonstram que o governo perseguiu deliberadamente uma estratégia de 'imunidade coletiva por contaminação' e negligenciou o combate ao vírus", afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ao apresentar o pedido de convocação.
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