O deputado Federal Luis MirandaJefferson Rudy/Agência Senado
Miranda relatou ter perguntado quem era o "cara" que o teria pressionado. Pazuello teria respondido, na versão do deputado: "Arthur Lira botou o dedo na minha cara e falou assim: ‘Eu vou te tirar dessa cadeira’. Porque eu não quis liberar a grana para listinha que ele me deu dos municípios, lugares que ele queria que recebessem. Ele bota o dedo na minha cara".
Miranda também declarou ter questionado Pazuello se Bolsonaro sabia da pressão. "Ele disse: ‘Lógico que o presidente sabe, falei para o presidente’". Miranda relatou à PF que, diante de sua reação de espanto, o general teria respondido: "Luis, eu não duro essa semana, eu tô fora. Eles vão me tirar, cara. O cara falou que vai me tirar". Ainda segundo o deputado do DEM, o ex-ministro afirmou que a pressão de Lira estava relacionada ao "pixulé" - uma referência a propina.
‘Foro adequado’
Por meio de nota, Arthur Lira afirmou que, "respeito das declarações dadas pelo deputado Luís Miranda, as mesmas devem ser respondidas pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello". "Sobre as demais informações propagadas, o deputado deverá responder no foro adequado, que é o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados", diz o comunicado do presidente da Casa.
Ao deixar o Ministério da Saúde, em março, Pazuello ligou a sua demissão a um "complô de políticos" interessados em verbas públicas e "pixulé". Na ocasião, ao se despedir do cargo, o general disse que desagradou a interesses ao não distribuir recursos com base em critérios políticos.
Afirmou que recebeu uma lista de municípios que deveriam ser priorizados, mas não detalhou de onde partiram essas pressões. Disse, ainda, que não atendeu aos pedidos. Pazuello comandou a Saúde entre 16 de maio do ano passado e 23 de março deste ano.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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