Brasília - A CPI da Covid ouve, nesta quinta-feira, 5, o depoimento de Airton Antonio Soligo. O empresário, conhecido como Airton 'Cascavel', teria atuado informalmente durante meses no Ministério da Saúde, sem ter qualquer vínculo com o setor público. Durante a sessão, ele deverá responder a questionamentos dos senadores envolvendo sua função dentro no ministério.
Segundo a comissão, Cascavel é amigo do Pazuello e participou de reuniões e agendas públicas com o ex-ministro. Quando a atuação informal foi descoberta, Pazuello o nomeou para o cargo de assessor especial. Ele ocupou a função de junho de 2020 a março de 2021.
Cascavel também já foi prefeito em Mucajaí, em Roraima, deputado estadual, vice-prefeito de Boa Vista e deputado federal. Nas eleições de 2018, disputou uma vaga na Câmara pelo PRB, mas não se elegeu.
Quando o Pazuello foi exonerado da Saúde em março deste ano, o então assessor também saiu da pasta. Em seguida, Cascavel foi nomeado secretário de Saúde de Roraima pelo governador Antonio Denarium, aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No entanto, com o avanço da CPI da Covid, que o colocou na mira das investigações, Cascavel deixou a função administrativa no dia 20 de julho.
Autor do requerimento, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), aponta que gestores estaduais e municipais consideravam que Antonio Soligo era o "ministro de fato" da pasta, e quem resolvia muitas das questões burocráticas e logísticas do Ministério.
“Durante a gestão Pazuello, da qual o senhor Airton Antonio Soligo teve papel preponderante, o Brasil presenciou o colapso dos sistemas de saúde pelo país”, aponta Randolfe.
O empresário chegou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de não comparecer nesta quinta-feira à CPI, mas o pedido foi negado pelo ministro Gilmar Mendes. No entanto, lhe foi concedido o direito ao silêncio, ou seja, de não responder a perguntas que possam incriminá-lo na comissão.
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