O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está marcado para os dias 21 e 28 de novembro. Isac Nóbrega/PR

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o Ensino Superior não deveria ser para todas as pessoas, mas "para poucos". A declaração foi feita em uma entrevista ao programa "Sem Censura", da TV Brasil, na noite desta segunda-feira, 9. 
"A universidade deveria, na verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade", afirmou ele, que argumentou em defesa do ensino técnico. Na entrevista, o ministro defendeu que as verdadeiras "vedetes", ou seja, que a principal porta de entrada para o futuro deveria ser o instituto federal, para formar pessoas técnicas. 
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"Tem muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande", disse o ministro da Educação. 
Na entrevista, o ministro também argumentou sobre a questão das cotas. Ele afirmou que a lei rebate a ideia de que na universidade pública só tem “filhinho de papai”. “Pelo menos nas federais, 50% das vagas são direcionadas para cotas. Mas os outros 50% são de alunos preparados, que não trabalham durante o dia e podem fazer cursinho. Considero justo, porque são os pais dos 'filhinhos de papai' que pagam impostos e sustentam a universidade pública. Não podem ser penalizados", disse ele.
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Posicionamento político dos reitores
O ministro da Educação também fez críticas ao posicionamento político dos professores e pontuou que um reitor de universidade "não pode ser esquerdista, lulista".
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"Respeitosamente, vejo que alguns deles optaram por visão de mundo à esquerda, socialistas. Eu falei pra eles: se formos discutir essas questões, nunca vamos chegar a um acordo. Não pode ser esquerdista, lulista. Eu acho que reitor tem que cuidar da educação e ponto-final, e respeitar quem pensa diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político de um partido A, de direita, e muito menos de esquerda", disse ele. 
Sobre os professores, ele criticou os professores da educação básica, pois agem "com viés político-ideológico" e prejudicam a volta às aulas presenciais. "Infelizmente, alguns maus professores (a grande maioria está querendo voltar e se preocupa com as crianças) fomentam a vacinação deles, que foi conseguida; agora [querem a imunização] das crianças; depois, com todo o respeito, para o cachorro, para o gato. Querem vacinação de todo jeito. O assunto é: querem manter escola fechada”, afirmou o ministro.