A CPI aprovou um requerimento que assegura publicidade ao processo administrativo do Ministério da Saúde para a compra da vacina CovaxinPedro França/Agência Senado

Brasília - A CPI da Covid aprovou, nesta quinta-feira, 12, um requerimento que assegura publicidade ao processo administrativo do Ministério da Saúde para a compra da vacina Covaxin. Segundo a senadora Simone Tebet (MDB-MS), um servidor da pasta impôs sigilo de 100 anos sobre os documentos, que foram entregues neste mês à comissão.
A parlamentar afirma que já leu toda a documentação sobre a compra da Covaxin. Segundo ela, o processo traz “inúmeras irregularidades e crimes”. Simone lembrou uma anedota atribuída ao ex-senador Rui Barbosa sobre roubo de galinhas. Ela perguntou a Omar Aziz (PSD-AM): "O que faço com tudo o que li, com tudo que vi? Devolvo e espero decisão judicial? Levo ou não levo as galinhas"?

Com bom humor, o presidente da CPI disse a senadora que ela poderia "fazer uma canja". "Já fiz. Só vamos servir no momento oportuno", arrematou Simone Tebet.
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Caso Covaxin
Senadores querem esclarecer a relação de Barros com Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, que teria intermediado a venda de vacinas da Covaxin para o Ministério da Saúde. Maximiano é sócio de outra empresa, a Global Gestão em Saúde, que intermediou contrato suspeito com o Ministério da Saúde, quando Barros chefiava a pasta. Barros foi ministro entre 2016 e 2018, durante o governo Michel Temer.

Segundo apontou o deputado Luis Miranda (DEM-DF) em depoimento à CPI no final de junho, o nome de Ricardo Barros teria sido mencionado pelo presidente Jair Bolsonaro em conversa no Alvorada. Aos senadores, Miranda disse que Bolsonaro desconfiava da atuação do deputado pressionando o Ministério da Saúde em favor da compra da vacina da empresa indiana Bharat Biotech.
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Conforme denunciado pelo deputado e por seu irmão, servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda,  A vacina em questão, desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, que era representado no Brasil pela Precisa Medicamentos, foi a mais cara negociada pelo governo brasileiro. Cada dose sairia por US$ 15.