Ricardo Barros (PP-PR) depõe na CPI da Covid nesta quinta-feira, 12Jefferson Rudy/Agência Senado

Por Carlos Eduardo Vasconcellos
Apontado pela CPI da Covid como uma das peças-chave para elucidar a negociação com supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin, o líder do governo na Câmara Ricardo Barros (PP-PR) depõe nesta quinta-feira, 12. Segundo o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), Barros é o parlamentar a quem Bolsonaro teria se referido ao ser informado sobre suspeitas de corrupção nas tratativas para a importação da vacina. Ainda de acordo com Miranda, o líder do centrão teria feito lobby para que o contrato fosse assinado a toque de caixa.

Antes de se tornar alvo da CPI, Barros fez carreira de mais de 20 anos como deputado federal. Membro do chamado 'centrão', é considerado fisiológico e foi líder ou vice-líder no Congresso de quase todos os presidentes eleitos após a ditadura militar. Hoje apoiador de Bolsonaro, ele já foi base dos governos FHC, Lula, Dilma e Temer.
Publicidade
Diferentemente de grande parte dos convocados como depoentes à CPI, Barros pede para comparecer à comissão desde que foi citado pela primeira vez na oitiva de Luis Miranda. Em julho, o deputado entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) exigindo que a comissão marcasse com rapidez o seu depoimento, alegando direito à defesa.

"Estou há quase 10 dias sendo acusado por ilações e especulações levianas. Não há provas. Desde o início me coloquei à disposição da CPI para prestar os esclarecimentos, quantas vezes forem necessárias. Estão impedindo a minha a garantia do direito constitucional de ampla defesa", disse, em nota oficial.

Na véspera do comparecimento, 11, o presidente da CPI, Omar Aziz, em ato simbólico, atendeu aos pedidos de Barros e transformou sua convocação em convite. A intenção da mudança seria minimizar o constrangimento do líder do centrão, visto que, desde o início, manifestou intenção de colaborar.

Formado em engenharia civil, o deputado tem 61 anos e é natural de Maringá (PR). Iniciou sua trajetória política já como deputado federal, em 1995, pelo PFL — que posteriormente se transformou no DEM.