Nesta terça-feira, 17, a comissão espera descobrir novos fatos com o depoimento do auditor do TCU Alexandre MarquesJefferson Rudy/Agência Senado

Brasília - O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) confirmou nesta terça-feira, 17, que a acareação entre entre o ministro do Trabalho e Emprego, Onyx Lorenzoni, e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que estava prevista para acontecer nesta quarta-feira, foi desmarcada. Segundo Calheiros, os senadores entenderam que a ocasião não acrescentaria nas investigações.
"O entendimento do pessoal é que a acareação não acrescentaria nada absolutamente no ponto de vista da investigação. Eu até gostaria que houvesse, era uma oportunidade para aclararmos o papel do ministro Onyx Lorenzoni. Quem sabe se nós não vamos ter uma oportunidade ainda? Eu defendo que sim", afirmou. 
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Apesar de confirmar o cancelamento da acareação, Calheiros não descartou a ideia completamente: "Não está descartada, O que está descartado é você trazer alguém para CPI para mentir como ele mentiu reiteradamente. Ai não dá, porque ficar perto presencialmente daquelas pessoas mentindo cinicamente, como Ricardo Barros, ninguém consegue".
A acareação tinha sido aprovada pela comissão na última semana, visando esclarecer os diferentes pontos de vistas dados pelos depoentes, sobretudo a divergência das versões sobre o processo de negociação de compra da vacina Covaxin.

A acareação foi aprovada na semana passada pela CPI e está prevista para acontecer nesta semana. No entanto, na avaliação do presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), colocar Onyx e Miranda frente a frente na CPI não vai trazer nenhum fato novo que ajude as investigações, visto que as versões de ambos já são conhecidas.

O principal ponto de divergência entre o ministro e o deputado é sobre as notas fiscais internacionais (invoices) da negociação do governo brasileiro pela compra da vacina indiana. O deputado disse ter alertado o presidente Jair Bolsonaro, no dia 20 de março, sobre um esquema de corrupção envolvendo o contrato enviado pela Precisa Medicamentos, que intermediou a negociação, ao Ministério da Saúde.
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Para o presidente da Comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), um 'novo fato' deve ser inserido nas investigações com o depoimento de Alexandre Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) que produziu um documento que dizia haver supernotificação nos números oficiais de mortes por coronavírus. Marques é o depoente desta terça-feira. Acompanhe a sessão: