Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), presta depoimento à CPI nesta terça-feira, 17 Pedro França/Agência Senado

Brasília - O auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), Alexandre Marques, disse à CPI da Covid que "em nenhum momento" teria afirmado que houve supernotificação de óbitos por covid-19 no Brasil. Segundo Marques, ele teria feito um documento em word preliminar, com dados inclusivos, compartilhado por seu pai com a família Bolsonaro: "era apenas um debate preliminar aberto em equipe para análise colaborativa, mas que foi encerrado".


Marques garantiu, ainda, que compartilhou o documento com seu pai, seu confidente, mas que “em nenhum momento passou pela minha cabeça que ele compartilharia o documento em word”. O documento seria um compilado de informações públicas em formato de word, com dados retirados do Portal da Transparência de Registro Civil, sem cabeçalho ou timbre do Tribunal de Contas da União.

Discurso irresponsável
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O auditor do TCU afirmou também que ficou "indignado" com a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o documento não oficial. "Não era uma instrução processual, não era nada do Tribunal de Contas da União. Achei irresponsável vincular o nome do TCU a duas páginas não conclusivas", declarou.

Segundo o depoente, o documento privado elaborado por ele em formato word teria sofrido alteração, após seu pai ter encaminhado para Bolsonaro. Ele informou que documento, que não fazia qualquer referência ao Tribunal de Contas da União (TCU), passou a circular em PDF nas redes sociais sendo atribuído ao órgão e disse ainda não saber quem teria sido o responsável pela alteração do documento.
Para o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o pai de Alexandre Marques, Ricardo Silva Marques, enviou ao presidente da República o documento privado que questiona o número de mortes por covid para “bajular" Jair Bolsonaro.

Relação com o presidente
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Após revelar que seu pai teria sido o responsável por enviar o documento preliminar ao presidente, Alexandre Marques negou ter qualquer tipo de relação com o chefe do Executivo, mas reconheceu que seu pai foi colega do presidente Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras e que trabalharam juntos no Exército.

Ele afirmou que seu pai trabalha na Petrobras atualmente e explicou que foi indicado para a diretoria do BNDES em 2019, mas o TCU não autorizou sua cessão.
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