Vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), rebate ministro da saúdeJefferson Rudy/Agência Senado

Após vir a público um vídeo em que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declara ser contra o uso obrigatório de máscara, o vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), rebateu durante a sessão desta quarta-feira, 18, a fala do responsável pela pasta no combate à pandemia do coronavírus. O parlamentar argumentou para os brasileiros não escutarem as "asneiras" de Queiroga.
"Para nossa surpresa e indignação, ainda pouco soubemos que, em um dos canais em apoio ao presidente da República, sua excelência Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, também disse ser contra o uso obrigatório de máscaras", disse Randolfe. 
Publicidade
Ele questionou se Queiroga quer se reconvocado para depor na comissão mais uma vez. "Nós não queremos convocar o senhor ministro da Saúde pela terceira vez nessa Comissão Parlamentar de Inquérito. Mas, a sua excelência parece que está fazendo questão de vir aqui mais uma vez", afirmou o senador. 
Por causa das falas, Randolfe disse que a CPI se mostra cada vez mais necessária para ajudar a dialogar sobre a importância no combate à pandemia do coronavírus. "É por isso que é dever dessa CPI avisar a todos os brasileiros que, enquanto a pandemia não estiver controlada, enquanto não determos o avanço da pandemia e, principalmente, agora sob a ameaça da variante delta se vacinem, busquem qualquer vacina e usem máscaras e utilizem todas as medidas necessárias para impedir a propagação da cadeia do vírus", ressaltou o vice-presidente da CPI. 
Publicidade
Em seguida, o senador pediu para que os brasileiros não deem ouvidos ao que foi falado pelo ministro no vídeo e nas demais manifestações contra o uso da máscara. "Não escutem o ministro da Saúde com essas asneiras que ele fala e lamentavelmente não escutem alguns representantes do Ministério Público. É lamentável ter que dizer isso, porque estou falando aqui, um membro desse Senado Federal, que está na vice-presidência dessa CPI, que respeita e considera o MP como uma das principais conquistas da Constituição de 1988", disse Randolfe.
Conclusão da PGR sobre uso de máscara
Publicidade
Na noite desta terça-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR) concluiu que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não cometeu crime ao aparecer sem máscara e promover aglomeração em eventos públicos, como motociatas e um ato no Rio Grande do Norte. Dois documentos foram enviados para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Os pareceres foram assinados pela subprocuradora Lindôra Araújo e enviados em resposta a dois pedidos de investigação: da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e de parlamentares do PSOL. Eles alegavam crimes de infração de medida sanitária preventiva, de emprego irregular de verbas públicas, de perigo para a vida ou saúde e submissão de menor a vexame ou constrangimento.
Publicidade
O posicionamento da subprocuradora contraria a comunidade científica, que já atestou a importância do equipamento de proteção individual como medida preventiva central para frear o contágio pelo novo coronavírus.

Em junho, Bolsonaro relatou ter pedido a Queiroga um parecer para desobrigar uso de máscara a vacinados e quem já foi infectado. O ministro da Saúde, que usa máscara rotineiramente, disse, na ocasião, que o presidente queira instigar as pesquisas.