Cantor Sérgio ReisDivulgação
"A associação não possui qualquer ligação com atos que defendam 'invadir' ou 'quebrar' o STF, não responde institucionalmente pela organização de nenhum movimento e repudia qualquer publicação que vincule a associação a movimentos violentos ou ilegais", enfatizou a Aprosoja no documento.
Na manhã desta sexta-feira, 20, a Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão contra o cantor Sérgio Reis. O deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (PSC-RJ) também é alvo da operação. De acordo com a PF, o objetivo das medidas "é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes".
No material gravado pelo cantor que circula em grupos de WhatsApp e no Twitter, Sérgio Reis convoca uma greve nacional de caminhoneiros para protestar contra os 11 ministros do Supremo, alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro, de quem o músico é aliado.
O presidente da Aprosoja Brasil e produtor rural, Antônio Galvan, é apontado como um dos líderes do movimento, junto com Sérgio Reis. Na quinta-feira da semana passada, Galvan participou de uma reunião com o cantor sertanejo. Após o encontro, Reis publicou o vídeo em que prega a saída dos ministros do Supremo e promete invadir o Senado.
Galvan recebeu duras críticas por envolver a entidade na manifestação. Os produtores de soja que, segundo Reis, estavam financiando os atos, negam qualquer aporte de recursos ao movimento e dizem defender a democracia. De acordo com a Aprosoja Brasil, a associação não concorda e não apoia manifestações "que preguem trancamento de rodovias, ações desordeiras e outras quaisquer que prejudiquem o abastecimento de alimentos, medicamentos e bens essenciais à população, bem como seu direito de ir e vir".
Os recursos da associação, como afirmam, são destinados e utilizados exclusivamente em atividades que tenham pertinência com seus objetivos estatutários, tendo sempre em vista a defesa dos interesses dos produtores de soja. "As contas da entidade são integralmente auditadas para que o mais alto nível de ética e compliance seja alcançado", disse.
No comunicado, a Aprosoja reforça que "não financia e tampouco incentiva a invasão do STF ou quaisquer atos de violência contra autoridades, pessoas, órgãos públicos ou privados em qualquer cidade do país. De acordo com a entidade, houve sempre uma defesa, "de forma peremptória", do Estado Democrático de Direito e do equilíbrio entre os Poderes da República.
"A Aprosoja Brasil Continuará a ter a mesma postura republicana em defesa do pleno funcionamento das instituições e o respeito aos representantes das esferas de poder no país", destaca. Na nota, a entidade afirma que sua missão é, inclusive, cooperar com os órgãos oficiais.
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