Pronunciamento do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz FuxPedro Gontijo/Senado Federal

Brasília - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) afirmou que a democracia no país "não pode ser questionada como vem sendo". A declaração do parlamentar foi dada, nesta quarta-feira (18), após uma reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Fux, para discutir soluções para a crise entre os poderes Judiciário e Executivo. 
"Nós precisamos de uma pauta propositiva, e o ambiente dessa pauta propositiva é a democracia. A democracia não pode ser questionada da forma como vem sendo questionada no país", disse.
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Pacheco também reforçou a importância do diálogo entre os poderes, ressaltou que o país precisa de pacificação e disse que o exemplo deve partir dos "homens públicos que estão em Brasília".
Por isso, Pacheco afirmou que pediu ao Fux para retomar o diálogo entre os Poderes e organizar uma conversa com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O presidente do Senado disse que está disposto conversar com Bolsonaro, com quem disse ter uma "relação muito cordial", mas destacou que, no momento, a prioridade é um encontro conjunto entre os representantes das três instituições: Executivo, Legislativo e Judiciário.
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"Concordamos que o radicalismo e o extremismo são muito ruins para o Brasil e são capazes de destruir a democracia. Precisamos evitar o radicalismo e o extremismo e buscar o diálogo que busque pacificar, que busque unir, não necessariamente concordar sempre, mas temos respeito à divergência", destacou.
Segundo ele, Fux concordou com a possibilidade de uma reunião entre os três Poderes, mas não foi agendada uma data ainda. "Todos devem respeito ao Poder Executivo e exigem reciprocidade. Se não for suficiente uma [reunião], fazemos outra", afirmou.
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Sobre pedidos de impeachment, Pacheco disse que os processos, tanto de ministros e do próprio presidente da República, não podem ser "banalizados". Foi um aceno para que, caso Bolsonaro cumpra a promessa de protocolar um pedido de abertura de inquérito para o afastamento de ambos, Pacheco não dará andamento.
"Tanto impeachment de ministros do STF quanto impeachment de presidente da República é preciso ter um filtro muito severo em relação e não pode ser banalizado".
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A crise entre os poderes se agravou após o presidente Jair Bolsonaro direcionar ataques ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por causa das declarações de Bolsonaro, que afirmou que vai pedir ao Senado o impeachment dos ministros Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, além de levantar dúvida sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, os tribunais abriram inquéritos para investigar o presidente.
Em reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Pacheco já havia cobrado sinalizações de mudança de postura de Bolsonaro.