Ministro Alexandre de MoraesDivulgação

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira, 3, o blogueiro bolsonarista Wellington Macedo, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que atendeu um pedido da Procuradoria-Geral da República. Wellington é um dos suspeitos de coordenar ações para o ato contra a democracia previsto no próximo dia 7 de setembro.
"A medida, cumprida em Brasília, tem o objetivo de aprofundar investigações em curso nos autos de inquérito que tramita naquela Corte", informou a Polícia Federal.
O blogueiro chegou a divulgar vídeos incentivando o ato no dia 7 de setembro para pedir a destituição de ministros do Supremo e se apresentava como organizador do evento.
Wellington é investigado no Supremo em um inquérito que apura a organização e o financiamento
do ato contra a democracia e as institituções. Na semana passada, no mesmo inquérito, Moraes autorizou uma operação de busca e apreensão em endereços ligados ao cantor Sérgio Reis e ao deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ).
Na mesa operação, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência de Wellington, no Ceará. O blogueiro classificou a operação uma "ação contra a liberdade de expressão". Ele teve o canal de YouTube e o perfil no Instagram suspensos na investigação.
Mesmo proibidos de usar as redes sociais, Macedo participou de uma transmissão de vídeo feita pelo blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio.
Macedo se apresenta nas redes sociais como jornalista e coordenador nacional da Marcha da Família. Entre fevereiro e outubro de 2019 ocupou o cargo de assessor da Diretoria de Promoção e Fortalecimento dos Direitos da Criança e do Adolescente no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Ele foi apontado pela PGR como um dos responsáveis pela divulgação de ‘ato violento e antidemocrático’ previsto para o feriado.
O bolsonarista fez uma comparação com o ano de 1964, início da ditadura no Brasil, e disse que o país vive uma escalada autoritária maior do aquele ano. "Quando eu me refiro a 64, eu falo da tentativa do golpe do PCC (Partido Comunista Chinês), que tentou implantar o comunismo no Brasil e o povo foi às ruas e não deixou", disse ele.
Também no Twitter, o único que permanece ativo, chegou a publicar sobre as manifestações do feriado: "Se eles não obedecerem o nosso pedido, a cobra vai fumar". Em outra postagem recente, em provável referência ao golpe militar de 1964, escreveu: "Após 57 anos, serão derrotados os que se achavam donos do poder. Poder o povo dá. Poder o povo tira, só o povo é o poder".