Renan Calheiros (MDB-AL))Divulgação/Agência Senado/Jefferson Rudy

Brasília - Nesta sexta-feira (17), o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), classificou como "grande omissão" o fato de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, não pautar os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"O que está havendo hoje é uma grande omissão do presidente da Câmara, que não quer correr o risco de ver esta decisão sendo tratada em plenário", disse Calheiros aos advogados, durante audiência de juristas do grupo Prerrogativas.
"Eu acho que estamos diante de uma óbvia oportunidade de trabalharmos na atualização da própria lei, que é de 1950, quando nós ainda não tínhamos o aparelhamento e a eficiência que nós temos hoje", continuou Calheiros.
O senador também defendeu que a CPI caminha para o encerramento nas próximas semanas. "Estamos provavelmente na fase final dos trabalhos da CPI e havíamos combinado que, com uma certa antecedência, quando chegássemos aos 30 dias do encerramento, iriamos tentar antecipar com juristas qualificados esse debate fundamental em torno da tipificação e responsabilização desses agentes políticos e privados", afirmou.
Além de Calheiros, o vice-presidente da Comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também estava presente no encontro. 
Randolfe concordou com as falas do relator e disse que Lira tem poderes semelhantes aos de um "primeiro-ministro". "É uma espécie de primeiro-ministro. O presidente fica na mão dele, há excesso de poder, que não é regulado e este é um problema a ser resolvido", disse ele.
A solução, de acordo com o parlamentar é legislativa: "Eu prefiro promover alterações no âmbito da Lei do Impeachment"