CPI ouve o empresário Otávio Fakhoury sobre disseminação de notícias falsasReprodução
Segundo Fakhoury, sua opinião em relação à vacina foi baseada em informações que estavam sendo colocadas na imprensa. Além disso, o depoente citou que a Europa não aceitava pessoas vacinadas com aquele imunizante. “É uma conclusão pessoal, baseada na minha liberdade de opinião”, disse. Ele também afirmou que não tem contato com o presidente e defendeu a não obrigatoriedade da vacinação no país.
Calheiros também exibiu vídeos em que o depoente aparece em vídeos contra a vacinação, uso de máscaras e distanciamento social. Segundo o empresário, ”as pessoas assistem [ao vídeo] e formam a conclusão que elas querem formar”.
Vínculos políticos
O relator também questionou Fakhoury sobre o financiamento de materiais para a campanha presidencial de Jair Bolsonaro (sem partido) em 2018. Em resposta, o empresário afirmou que financiou grupos em estados do nordeste que trabalhavam de maneira autônoma, produzindo o próprio material.
“Vossa senhoria confirma que custeou materiais de divulgação da campanha do presidente Bolsonaro?”, perguntou Renan. “Da forma como eu respondi, confirmo”, respondeu o depoente.
Após o diálogo, um dos advogados de Fakhoury pediu a palavra para protestar contra a condução do relator e afirmou que o mesmo estava “tirando conclusões” e impedindo a palavra do depoente. Em seguida, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), no exercício da presidência, suspendeu a reunião por alguns minutos.
Mais cedo, Randolfe havia alertado o depoente em relação a prática de crime ao defender 'kit covid'. O empresário havia afirmado que familiares dele tomaram remédios do “kit covid” e não apresentaram sintomas graves da doença.
“Na minha casa, na minha família, teve 14 pessoas com covid que não foram hospitalizadas devido aos remédios que são falados aí: ivermectina, azitromicina, cloroquina, zinco. Não perdi ninguém. Criança, adulto, idoso. No âmbito próximo a mim, foi eficácia total. Eu tenho direito de fazer afirmação do que vi na minha residência”, disse o depoente.
Mais tarde, Randolfe reiterou que caberá à CPI decidir se a conduta de Fakhoury (de defender pautas como o ‘kit covid’) é crime ou não.
Senador Marcos Rogério discute com senadores durante sessão.
— Jornal O Dia (@jornalodia) September 30, 2021
Assista:
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O pedido de convocação foi apresentado pelo vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e aprovado pelos parlamentares nesta terça-feira, 28. Oscar Fakhoury também é investigado no inquérito das Fake News do STF. De acordo com o vice-presidente da comissão, o empresário custeou canais como Instituto Força Brasil e Terça Livre.
Otávio Fakhoury conta com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que garante seu direito de ficar em silêncio para não produzir provas contra si mesmo. Concedido pelo ministro Dias Toffoli, o habeas corpus também impede que o depoente seja submetido a medida privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
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