Jair Bolsonaro (sem partido)AFP
Em busca de apoio, Bolsonaro quer sediar cúpula mundial de religião em 2022
Em 2019, o evento foi um dos assuntos que mais aproximou o governo brasileiro da gestão de Donald Trump
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quer sediar, no próximo ano, uma cúpula sobre religião no Brasil. A pauta é um das principais da diplomacia brasileira no momento. Ao longo dos últimos dois anos, o Brasil fechou alianças com governos ultraconservadores para promover a agenda. As informações foram publicadas pelo jornalista Jamil Chade, do Uol.
O evento conhecido como 'Reunião Ministerial para o Avanço da Liberdade ou Crença Religiosa da Aliança Internacional para a Liberdade ou Crença Religiosa' deveria ser realizado em 2021, mas, por conta da covid-19, foi cancelado. O governo quer, ainda assim, manter o evento no Brasil para 2022.
Em 2019, o evento passou a ser um dos assuntos que aproximou o Brasil do governo americano, à época sob a gestão Donald Trump, além de governos como o da Polônia e Hungria. No ano passado, a cúpula ministerial foi promovida pelo governo polonês.
Durante discurso no Conselho de Direitos Humanos neste ano, a delegação brasileira afirmou que o Brasil está "firmemente ancorado em nossas fundações cristãs". O próprio presidente Bolsonaro também usou o seu discurso de abertura na Assembleia Geral da ONU para fazer referências a pautas cristãs e acenar aos evangélicos. "Temos a família tradicional como fundamento da civilização", afirmou.
No início de setembro, a Secretária Nacional da Família, Ângela Gandra, do Minitério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves, realizou uma turnê por vários países, participando de debates e reuniões com grupos religiosos. A secretária passou por países como Ucrânia, Portugal e Espanha.