Jovem de 25 anos foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros após sofrer estupro coletivoDivulgação/CBMGO

"Eu só queria que aquele terror acabasse", relatou uma jovem de 25 anos que sofreu um estupro coletivo por pelo menos cinco horas, em Águas Lindas de Goiás, durante uma festa, no último sábado. Ela contou que foi rendida por um grupo de homens, entre eles um policial militar do Distrito Federal, enquanto procurava um lugar para dormir por volta das 3h, já que queria aproveitar a piscina do local no dia seguinte. Três suspeitos, inclusive o PM, foram presos e a Polícia Civil busca mais pessoas que estariam envolvidas.
Em entrevista ao Correio Braziliense, a vítima comentou as horas de sofrimento que viveu. "Tentei não demonstrar pavor e segurei meu choro, porque eles poderiam me matar. Eu só queria que aquele terror acabasse. A arma estava do meu lado e eu só tive que fingir o tempo inteiro, com os meus olhos cheios de lágrimas. Foi aterrorizante", afirmou. 
Segundo o relato da jovem, enquanto ela procurava um lugar para dormir, duas mulheres a indicaram um quarto vazio e, logo após ela ter se acomodado, o subtenente Irineu Marques Dias, teria entrado no quarto, sacado uma arma e arrancado suas roupas. Em seguida, outros dois homens também entraram no quarto e a violentaram enquanto a obrigavam a praticar sexo oral, penetração e até sexo anal.
"Chegavam a ficar três por cima de mim. Um no meu rosto e os outros em outras partes do meu corpo. Eu não conseguia falar. Eu estava simplesmente sufocada e com uma arma próxima a mim", contou. Outros três homens ainda chegaram a entrar no quarto e abusar da vítima, antes do PM retornar e a estuprar mais uma vez. No dia seguinte, ela relata que saiu do quarto por volta das 7h e precisou vestir a camisa do oficial, já que não encontrou suas roupas, e teria encontrado com outras duas mulheres que não a ofereceram ajuda.
Ela afirmou, ainda, que os agressores teriam a oferecido carona, água e cerveja, mas ela negou e pediu que chamassem um carro de aplicativo para que pudesse ir embora. "Quando um deles virou as costas para pegar o celular, eu corri e saí batendo de porta em porta de vizinhos pedindo por ajuda", contou.
"Só quero Justiça. Não consigo comer, durmo assustada e com medo de tudo", lamentou a vítima.
Tanto a Polícia Militar, quanto o Corpo de Bombeiros foram acionados e socorreram a jovem, que foi encaminhada para o Hospital Municipal Bom Jesus. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou o crime, que agora está sob investigação da Polícia Civil de Goiás. O caso foi assumido pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade, nesta quarta-feira, 13. 
Em nota enviada ao Correio Braziliense, a defesa do subtenente Irineu Marques Dias negou as acusações e afirmou que o oficial "sofre as consequências da acusação infundada. Ele estava há pelo menos 50km de distância, em seu local de trabalho, chegando ao local dos fatos somente pela manhã, conforme será comprovado às autoridades competentes em momento oportuno". Já a corporação, afirmou que vai aguardar o final do inquérito para tomar as medidas cabíveis.