Na próxima semana, começa a 26.ª edição da Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow, onde o Brasil pretende cobrar dos países desenvolvidos verbas para manter a floresta amazônica em péAFP
Os dados são do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima, que reúne 70 organizações ligadas à área ambiental.
Conferência do Clima
Em 2020, a devastação na Amazônia chegou a 10.851 km², segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O SEEG utiliza dados do consórcio MapBiomas, que apresentam tendências semelhantes de alta no desmatamento, em meio ao avanço da grilagem de terras, do garimpo ilegal e da extração irregular de madeira.
As 782 milhões de toneladas de CO2e emitidas em 2020 na Amazônia pelas mudanças no uso do solo fazem com que a floresta, sozinha, seja uma das maiores fontes de emissão do planeta. Se ela fosse um país, seria o 9º maior emissor do mundo, à frente, por exemplo, da Alemanha. Se somadas às 113 milhões de toneladas de CO2e lançadas na atmosfera a partir do Cerrado, os dois biomas juntos poderiam ser o 8º país em maior emissão.
Menos Renda
Em um ano marcado por queda de 4,1% no Produto Interno Bruto (PIB), as emissões de gases do efeito estufa do país cresceram, e a maior parte delas foi decorrente de atividade ilegal, que não cria nenhum tipo de riqueza. As emissões que de fato criam renda (como a agropecuária e a indústria) estão gerando menos, afetadas pela pandemia. Em 2019 o país gerava US$ 1.199 por tonelada de CO2e emitida; esse valor caiu para US$ 1.050 em 2020
5º maior poluidor
Em relação às emissões globais, o Brasil é o 5º entre os maiores poluidores, com cerca de 3,2% do total mundial, atrás apenas de China, Estados Unidos, Rússia e Índia. O impacto do desmatamento nessa conta é tão grande que distorce até mesmo a média de emissão per capita. Em 2020, cada brasileiro emitiu a média de 10,2 toneladas brutas de CO2. A mundial é de 6,7 toneladas.
Dos cinco setores da economia responsáveis pela quase totalidade das emissões do Brasil, três tiveram alta (mudanças no uso da terra, agricultura, setor de resíduos), um teve queda (energia) e um seguiu estável (processos industriais). A aceleração da crise econômica fez com que as emissões do setor de energia regressassem aos níveis de 2011. As mudanças do uso da terra, porém, lançaram na atmosfera 23,6% a mais de gases, em relação a 2019.
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