Senador Davi AlcomlumbreMarcelo Camargo/Agência Brasil

O senador Davi Alcolumbre é acusado por seis ex-funcionárias de seu gabinete de cometer a prática de 'rachadinhas', onde os assessores são obrigados a devolver parte do salário, de forma irregular, para o parlamentar. Segundo a reportagem da revista Veja, publicada nesta sexta-feira, 29, a prática, da qual o senador Flávio Bolsonaro e outros membros da família são investigados no Rio, movimentou cerca de R$ 2 milhões para Alcolumbre. 
As seis funcionárias do senador tinham vencimentos que variavam de R$ 4 mil a R$ 14 mil por mês, mas não recebiam esse dinheiro de forma integral. De acordo com a reportagem, as mulheres contratadas abriam uma conta no banco, entregavam o cartão e a senha a uma pessoa da confiança de Davi Alcolumbre e, em troca, ganhavam uma pequena parte do próprio salário.
"O senador me disse assim: ‘Eu te ajudo e você me ajuda’. Estava desempregada. Meu salário era mais de R$ 14 mil, mas topei receber apenas R$ 1.350. A única orientação era para que eu não dissesse para ninguém que tinha sido contratada no Senado", afirmou a diarista Marina Ramos Brito dos Santos.
Outra a denunciar o suposto esquema do senador foi a ex-funcionária Erica Almeida Castro. "Meu salário era acima dos R$ 14 mil, mas eu só recebia R$ 900. Eles ficavam até com a gratificação natalina. Na época, eu precisava muito desse dinheiro. Hoje tenho vergonha disso".
O esquema teria começado em janeiro de 2016 e funcionado até março deste ano. "Eles pegaram meu cartão do banco e a senha. Uma pessoa sacava o dinheiro e dava minha parte na mão. Cheguei a ter um salário de R$ 11 mil, mas recebia apenas R$ 800 por mês", contou Lilian Alves Pereira Braga.
Segundo a reportagem, todas as mulheres contratadas para serem laranjas do esquema de desvio não tinham nenhuma qualificação profissional necessária para ocuparem seus cargos. O texto ainda ressalva que algumas receberam a proposta para participar do esquema da boca do próprio senador Davi Alcolumbre.