Cenas do vídeo no momento que João Alberto, negro, é espancado e assassinado por asfixia por seguranças (brancos) do Carrefour em Porto AlegreCaptura de vídeo

A empresa Vector, que oferece o serviço de segurança patrimonial, foi condenada a pagar uma indenização no valor de R$ 1,8 milhões pela morte de João Alberto Silveira Freitas, mais conhecido como Beto Freitas. O homem negro foi espancado até a morte por seguranças da empresa que trabalhavam no supermercado Carrefour, em Porto Alegre, há quase um ano. O crime aconteceu em 19 de novembro passado, véspera do dia em que se celebra a Consciência Negra. Os seguranças foram presos em flagrante. Já a decisão judicial foi divulgada nesta sexta-feira, 5.

De acordo com a CNN Brasil, na quinta-feira, 4, o Cejusc do Rio Grande do Sul, órgão de mediação do Tribunal de Justiça do estado, divulgou que a empresa havia chegado a um acordo com entidades de defesa dos direitos humanos e com a Defensoria Pública sobre o pagamento da indenização. Com isso, metade do valor será destinado a bolsas de permanência para universitários negros do Prouni, 30% irá financiar crianças negras de até 5 anos em creches e 15% será destinado para compra de cestas básicas para famílias negras que vivem no bairro Passo D'Areia, na zona norte de Porto Alegre.
Além disso, a empresa deverá fazer campanhas de conscientização sobre práticas antirracistas e reformular suas políticas internas com a criação de uma ouvidoria. O órgão deverá receber denúncias de abuso e racismo.
A publicação lembra ainda que, em maio deste ano, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) estabeleceu que o Carrefour deverá pagar R$ 115 milhões em indenização à família de Beto Freitas . A rede informou a investidores que o valor seria "desembolsado ao longo dos próximos anos".