Ministro da Saúde Marcelo QueirogaMarcelo Camargo/Agência Brasil
Queiroga critica passaporte da vacina no Ceará: 'Absolutamente desnecessário'
Ministro da Saúde cumpre agenda no estado e comentou a medida imposta nesta semana pelo governo local
No Ceará para cumprir compromissos, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou a exigência de um comprovante de vacinação no estado. Por determinação do governador Camilo Santana (PT), a partir da próxima segunda-feira (15), bares, restaurantes e eventos deverão exigir o comprovante para liberar o acesso das pessoas.
Mas para o ministro, que é também médico cardiologista, o passaporte vacinal é "absolutamente desnecessário". Segundo o portal cearense O Povo, Queiroga disse a jornalistas que "85% da população de Fortaleza está vacinada", a fim de justificar sua posição. "Com o tempo, as pessoas vão buscar as salas de vacinação", acrescentou após participar de um evento na sede do Instituto da Primeira Infância (Iprede).
No entanto, os dados indicados no vacinômetro da Secretaria Municipal de Saúde contestam o número indicado pelo ministro. De acordo com a publicação, até ontem, 77,1% dos residentes na capital cearense haviam tomado ao menos uma dose de uma vacina contra a Covid-19 e 60,22% haviam completado o esquema vacinal com duas doses ou com o imunizante de dose única.
Diante da repercussão da declaração do ministro, o governador do estado usou o Twitter para reforçar sua posição contrária ao chefe da Saúde nacional. "Sobre o Passaporte da Vacina, reafirmo o que sempre disse desde o início da pandemia: jamais terei medo de tomar qualquer medida que seja necessária para salvar vidas. Sempre seguindo a ciência e, jamais, os negacionistas, que podem me criticar e atacar à vontade. Perdem tempo", publicou Santana.
Alinhamento no governo federal
A crítica de Queiroga não está isolada. Autoridades no governo federal têm adotado medidas contra estratégias que visam pressionar os cidadãos a se imunizarem.
Por exemplo, o então ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, tentou proibir empregadores de demitirem funcionários que se recusassem a se vacinar. A medida foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal . Depois disso, o secretário de Cultura, Mário Frias, publicou uma portaria que impede projetos financiados pela Lei Rouanet de cobrarem o passaporte da vacina . O ato é questionado na Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF).
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