Manaus - Ativistas denunciaram a presença de garimpeiros ilegais no Rio Madeira, nas proximidades de Manaus. As informações são de que mais de 600 barcas estão descendo na corrente há pelo menos duas semanas em busca de ouro e, agora, chegaram a Autazes, penúltima cidade antes da foz do rio, que desagua no Rio Amazonas.
Tudo isso é BALSA pra GARIMPAR.
São mais de 600, prontas pra entrar numa terra indígena no Amazonas.
As dragas que sugam o leito do rio em busca do material estão próximas a duas terras indígenas do povo Mura, na comunidade Rosarinho a cerca de 120km da linha reta de Manaus. Em nota, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) informou que as balsas estão ancoradas na área de competência dos órgãos federais: "A regulamentação da exploração mineral na área é de competência da Agência Nacional de Mineração. O licenciamento é de responsabilidade do Ibama, e a atuação, em caso de crimes de exploração ilegal de minério, é competência da Polícia Federal. Ainda sobre a trafegabilidade e de poluição hídrica, o acompanhamento é feito pela Marinha".
"O Governo do Estado se coloca à disposição dessas forças no sentido colaborativo. Então, em todas as ações que advirão desses órgãos, o Governo do Estado está no apoio. Nós apoiaremos as ações administrativas do Ibama. E as forças de segurança do Estado estão à disposição dos órgãos federais para tomarem as ações devidas”, frisou Juliano Valente, diretor-presidente do Ipaam.
Cerca de 600 balsas de garimpeiros ilegais estão destruindo o Rio Madeira agora. Isso pertinho de duas Terras Indígenas do povo Mura. Atualmente somos apenas 300 agentes de fiscalização disponíveis para atuar em TODO o país. Esse é o tamanho do buraco que estamos enfiados. pic.twitter.com/gqqJwkrM43
A prefeitura de Autazes também afirmou ao portal A Crítica que acionou não só o Ipaam, mas também a Marinha, a Polícia Federal e o Ministério do Meio Ambiente. "Não podemos permitir que essa atividade que é ilegal coloque em risco a vida dos moradores do Rosarinho e, consequentemente, de toda a região. Os ribeirinhos e comunitários solicitaram que a prefeitura os ajudasse a preservar o rio, os peixes e o seu trabalho", declarou o prefeito Anderson Cavalcante (PSC).
Procurado pelo O DIA, O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que teve ciência do caso e, nesta terça-feira, "reuniu-se com o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) para alinhar as informações, a fim de tomar as devidas providências e coordenar uma fiscalização de garimpo na região".
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.