Covid-19: pesquisa associa casos graves a desgaste do sistema imuneReprodução
“Nos pacientes com Covid-19 grave, observamos que os linfócitos T CD4 [auxiliares] estão em estágio final de diferenciação, apresentando marcadores de exaustão e senescência. São células que perderam a capacidade de expansão clonal, ou seja, não vão se multiplicar ao entrar em contato com as proteínas virais e não vão conseguir comandar uma resposta imunitária eficiente”, afirma o imunologista.
A pesquisa comparou amostras dos 22 pacientes com amostras coletadas de indivíduos saudáveis. Além da presença de moléculas consideradas como marcadores de senescência e exaustão nos linfócitos T auxiliares, os pesquisadores encontraram altos níveis de substâncias inflamatórias liberadas por essas células no soro dos pacientes.
Os cientistas dizem que os dados indicam um processo de hiperativação, que leva os linfócitos ao estágio final de diferenciação celular, resultando em exaustão e envelhecimento do sistema imunológico. “Tudo isso reforça a importância de terapias anti-inflamatórias, voltadas para controlar a resposta imune exagerada, que é uma vilã na Covid-19”, comenta Morrot.
As análises contemplaram apenas a fase aguda da infecção. Portanto, o pesquisador acrescenta que não é possível apontar se haverá prejuízo para o sistema imunológico dos pacientes no longo prazo. “A Covid-19 ainda é uma doença nova e não sabemos como será a sua evolução. A literatura científica indica que células exauridas podem recuperar sua função. Já as células senescentes podem morrer e ser substituídas por células jovens. É possível que alguns meses após a doença, os pacientes não apresentem mais essas alterações, mas isso terá que ser acompanhado”, pondera o imunologista.
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