Acusado de matar três pessoas na última semana, Wanderson Protácio se entregou no sexto dia de buscasReprodução/TV Globo

Goiás - Após seis dias de busca, o caseiro Wanderson Mota Protácio, de 21 anos, se entregou em um posto da Polícia Militar em Gamaleira de Goiás, na manhã deste sábado, 4. O suspeito foi preso depois de tentar assaltar uma mulher na região e acabar sendo convencido a se render. Logo após a tratativa, foi ela quem levou o homem até as autoridades em seu próprio carro. Wanderson estava sendo procurado depois de matar a própria esposa que estava grávida, a enteada bebê e um fazendeiro, em Corumbá de Goiás. 
Segundo a mulher, o caseiro teria chegado em sua casa e feito uma ameaça, afirmando que iria assaltá-la e matá-la. Ela relatou, ainda, que já esperava que o homem fosse aparecer e por isso se manteve calma e o convenceu de se entregar, argumentando que ele poderia acabar sendo morto pela força-tarefa. "Ele entrou no carro e entregou a arma para o meu marido", contou a mulher em entrevista à TV Globo.
A notícia da prisão de Wanderson é um alívio para os moradores da região, que estavam vivendo dias de medo e insegurança com a procura pelo suspeito acontecendo nos entornos. A Escola Municipal Fleury Adrião de Siqueira, única do distrito de Mocambinho, chegou a suspender as aulas desde quinta-feira, 2. A decisão teria sido tomada após uma denúncia de que o caseiro teria sido visto circulando em uma região próxima ao povoado, além de um motoqueiro ter dado uma carona para Wanderson.
Além disso, o homem chegou a ser comparado com o serial killer Lázaro Barbosa. Segundo o site Metrópoles, um colega do suspeito que não foi identificado teria confirmado que Wanderson admirava Lázaro: “Disse que era seguidor do Lázaro. Eu achei estranho, mas ele considerava o maníaco um herói, e que tinha dado trabalho para a polícia de Goiás”, contou. Porém, diferentemente do criminoso capturado, o jovem não teria conhecimento para sobreviver nas matas. 
Em Goianápolis, onde o caseiro morou com a família até 2019, os moradores também temiam o retorno do suspeito. Vizinhos da casa onde Wanderson morava com a os familiares, relataram que na época ele teria esfaqueado a irmã da madrasta até a morte e só teria parado depois da faca quebrar. Atualmente, a casa está trancada.
Os proprietários do imóvel afirmaram ter medo do jovem voltar: "Não tínhamos muito contato. Era apenas para receber o aluguel e tratar sobre o contrato. Eles pagavam direitinho. Pouco víamos o Wanderson. Falávamos mais com o pai dele e a madrasta. Muito trabalhadores. Depois dos acontecimentos, foram embora e não tivemos mais notícias. Temos medo que o Wanderson possa aparecer por aqui também".
Outra moradora da região contou que só soube que o homem já teria morado ali após o início das buscas. "Foi quando outras pessoas comentaram que era o rapaz que morou aqui na rua, em 2019. Pouco o víamos. Não tínhamos contato. Ele era quieto. Jovem e não conversava", disse.
O caso
Wanderson Mota estava sendo procurado desde o último domingo, 28, quando matou a que estava grávida de quatro meses, a enteada de 2 anos e 9 meses e um fazendeiro, que seria seu patrão. As vítimas são Raniere Aranha Figueiró, de 19 anos, e a criança Geysa Aranha da Silva Rocha. Ambas foram mortas a facadas. O proprietário Roberto Clemente de Matos foi morto com um tiro na cabeça. Sua esposa, que não foi identificada, foi baleada no ombro e conseguiu escapar da tentativa de abuso sexual ao se fingir de morta.
As informações são de que Wanderson teria discutido com sua esposa e, após matar mãe e filha, teria ido até a casa do patrão e roubado um revólver com seis munições. Na ocasião, ele atirou no fazendeiro e tentou violentar sua companheira. A produtora rural Simone de Jesus, que socorreu a mulher, contou que ela estava "muito machucada".