Carnaval da cidade histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais, com bonecos gigantesLuis Cleber/AE
Cidades históricas de Minas Gerais decidem cancelar a realização do Carnaval em 2022
Um total de 30 municípios, dentre eles destinos tradicionais da folia, como Ouro Preto e Tiradentes não vão promover a festa por conta da pandemia da covid-19
Rio - 30 municípios que fazem parte da Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais decidiram por unanimidade, nesta sexta-feira, 10, que não vão promover o carnaval em 2022. Dentre eles estão as tradicionais cidades de Ouro Preto e Tiradentes.
"O carnaval é uma grande aglomeração e não tem como ficar fiscalizando utilização de máscara, de álcool em gel. Não existe o distanciamento em uma festa de momo, então, isso muito nos preocupa", disse o prefeito de Itapecerica e presidente da associação Wirley Rodrigues Reis (Podemos).
As 30 cidades que decidiram não promover o carnaval em 2022 são: Brumadinho, Baependi, Barão de Cocais, Bom Jesus do Amparo, Conceição do Mato Dentro, Caeté, Catas Altas, Cataguases, Congonhas, Campanha, Diamantina, Itabira, Itabirito, Itapecerica, Januária, Lagoa Santa, Mariana, Nova Era, Ouro Preto, Ouro Branco, Paracatu, Pitangui, Prados, Santa Bárbara, Serro, São João del-Rei, São Thomé das Letras,Sabará, Santa Luzia e Tiradentes.
Já o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo (PV), disse que, para evitar aglomerações, além do carnaval também não fará a festa de Réveillon na cidade.
"Com a suspensão do carnaval em Belo Horizonte, todas as estâncias turísticas, que estão a volta da capital, as nossas cidades históricas sobretudo, devem suspender o carnaval porque senão a gente vai ficar muito vulneráveis acolhendo toda uma multidão que não encontrará carnaval em Belo Horizonte. Não podemos acolher todo esse fluxo", fala Oswaldo.
A Prefeitura de Ouro Preto afirmou que vai ouvir uma proposta da liga dos blocos estudantis da cidade e, por isso, só vai formalizar sua posição na próxima quarta-feira.
Nílzio Barbosa (MDB), prefeito da cidade de Tiradentes, que possui 99% das atividades pensadas para os turistas, acha que a festa no ano que vem não deve acontecer, mesmo admitindo que a cidade é um palco importante para o carnaval.
"Nós estamos caminhando bem, então não vemos necessidade ainda de, no momento, fazer algum tipo de movimento para que se aglomere para voltar ao que aconteceu no passado. Se Tiradentes faz o carnaval, vai ficar só a cidade de Tiradentes. Então, nós também estamos conversando no sentido de que não haverá carnaval no ano que vem em Tiradentes devido a essa situação que nós ainda estamos preocupados", afirmou Barbosa.
Já, por meio de nota, a Associação das Cidades Histórica disse que "a orientação não implica no entendimento de que as cidades deverão estar fechadas aos turistas. Como alternativa, pensando, sobretudo, na importância de garantir a manutenção da atividade econômica, a Associação sugere que os gestores incentivem e promovam eventos ligados às várias modalidades do turismo, sendo elas o turismo cultural, gastronômico, ecológico, de aventura, visando proporcionar, em um formato adequado à realidade atual, a visitação aos variados atrativos de suas cidades".
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