A repórter Camila Marinho, da TV Bahia, afiliada da TV Globo, foi agredida por seguranças do presidente Jair BolsonaroReprodução/Instagram

Rio - A repórter Camila Marinho, da TV Bahia, afiliada da TV Globo, foi agredida neste domingo, 12, por seguranças e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a visita do chefe do Executivo às cidades atingida pelos temporais no extremo sul baiano. Após a agressão, a repórter publicou em sua rede social que jornalistas são trabalhadores exercendo seu oficio e disse "o mínimo que queremos é respeito".
"Nenhuma ameaça nos tira da nossa missão de informar. Só lamento a truculência, o ódio e a covardia dos que se acham melhores e acima de tudo e de todos. Somos trabalhadores exercendo o nosso papel: jornalistas em busca dos fatos e da verdade. Mas antes de tudo somos seres humanos. E o mínimo que queremos é respeito", pediu a jornalista.
 
De acordo com informações do Globo, ela e o cinegrafista Cleriston Santana aguardavam o pouso do helicóptero do presidente no estádio municipal Juarez Barbosa, Itamaraju. Ao pousar, o presidente seguiu em direção à lateral do campo de futebol. Os repórteres da TV Bahia e da TV Aratu, afiliada do SBT, tentaram se aproximar para entrevistar Bolsonaro, mas a equipe de segurança impediu a aproximação das duas equipes.
Um dos seguranças do presidente segurou a repórter pelo pescoço, numa espécie de "mata-leão". Outro segurança pessoal tentou impedir que os jornalistas erguessem os microfones em direção a Bolsonaro. No tumulto, os microfones esbarraram no presidente, que disse que os repórteres estavam batendo nas costas dele.

"Se bater de novo vou enfiar a mão na tua cara. Não bata em mim, não batam em mim", disse o segurança.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse nas redes sociais que se solidarizou com a equipe de reportagem e que lamenta as agressões. "A liberdade de imprensa é pilar fundamental da democracia e qualquer ataque ao jornalismo merece repúdio. O momento é de trabalho e solidariedade no Extremo Sul. Repudio violência contra a imprensa e oportunismo num momento de dor diante de uma tragédia. Vamos trabalhar”, afirmou governador.