Presidente recebe críticas por tirar férias no período de tragédia no estado baianoReprodução internet

A viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) para Santa Catarina, onde irá passar o Réveillon, provocou uma enxurrada de críticas. Isso porque os dias de folga do chefe do Executivo ocorrem ao mesmo tempo que a Bahia enfrenta desastres provocados pelas fortes chuvas em todo o estado, que já deixaram pelo menos 20 mortos e mais de 470 mil pessoas afetadas. Nas redes sociais, a hashtag #BolsonaroVagabundo apareceu nos assuntos mais comentados. O presidente recebeu críticas de opositores políticos e também de diversos brasileiros. 
Nas publicações com as críticas ao presidente, usuários fizeram uma comparação de Bolsonaro pescando com imagens das enchentes nos municípios baianos. Além disso, o tópico “Presidente da República” também se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter. Por lá, há postagens contra e a favor do presidente.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) afirmou que o presidente aproveita as férias como se não tivesse acontecendo. "A Bahia sofre uma emergência terrível enquanto o presidente curte suas férias como se nada ocorresse. O Brasil não pode fechar os olhos a seus compatriotas nesse momento de dor e necessidade! Minha solidariedade ao povo baiano!", disse ele.
O líder da minoria na Câmara, o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), compartilhou uma foto de Bolsonaro no momento da pesca ao lado de um vídeo que mostra um morador que teve a casa atingida pela enchente.
"O retrato de um país sem governo. Enquanto brasileiros morrem e perdem suas casas na Bahia, o presidente da República curte as férias em Santa Catarina como se nada estivesse acontecendo", disse Freixo. 

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, chamou Bolsonaro de “marginal”. "Jair Bolsonaro, como presidente da República, deveria estar liderando o socorro às famílias atingidas pelas enchentes na Bahia, mas está por aí, de férias, andando de Jet Ski. Encontrou tempo, entre uma folga e outra, pra tuitar sobre… armas. Em pleno Natal. O cara é um marginal", disse. 

Guilherme Boulos, que concorreu ao cargo de prefeito de São Paulo, também criticou o presidente nas redes. "O homem que não trabalhou o ano todo está de férias. Um tapa na cara de milhares de pessoas que perderam tudo com as chuvas na Bahia", afirmou ele. 

 

Nesta terça-feira, após horas desde que o assunto se tornou um dos mais comentados, Bolsonaro fez uma publicação para anunciar a medida provisória (MP) que destina R$ 200 milhões para o Ministério da Infraestrutura. É previsto que o recurso seja usado para reconstruir rodovias danificadas por chuvas na Bahia, no Amazonas, em Minas Gerais, no Pará e em São Paulo.
"Determinei edição de MP de Crédito Extraordinário, no valor de R$ 200 milhões, a fim de viabilizar, no DNIT, a reconstrução de infraestruturas rodoviárias danificadas pelas chuvas nos estados da Bahia (mais afetado), Amazonas, Minas Gerais, Pará e São Paulo", escreveu ele.
Nesta manhã, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que está a caminho da Bahia ao lado dos ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Marcelo Queiroga (Saúde).
"A caminho de Ilhéus/BA na companhia dos ministros Rogerio Marinho e Marcelo Queiroga, o secretário-executivo Marcelo Sampaio, [da Infraestrutura], e médicos do SUS para atendimento às famílias afetadas pelas enchentes. Ministro João Roma [Cidadania] já está lá. Ordem do PR Jair Bolsonaro é de não deixar ninguém para trás", disse ela.