João Doria Agência Brasil

São Paulo - O governo de São Paulo estima concluir em até três semanas a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19, a partir do recebimento das doses encaminhadas pelo governo federal. A previsão foi feita nesta quarta-feira (5), pelo governador João Doria (PSDB), que apresentou alguns pontos do plano de imunização para a faixa etária.

O tucano detalhou que o Estado teria condições de vacinar 250 mil crianças por dia, em público total de 4,3 milhões com idades entre 5 e 11 anos. Ele afirmou também que São Paulo possui estrutura de 5,2 mil postos de vacinação e ainda lembrou que as escolas estaduais também funcionarão como ponto de aplicação - até o momento, 268 unidades se cadastraram para isso.

O governador voltou a criticar o governo federal por ainda não ter iniciado a vacinação deste público-alvo, mesmo com a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

"Tendo a vacina aprovada há quase um mês pela Anvisa é entristecedor e revoltante que a aplicação não tenha começado. Isso revela a indiferença do governo federal com a vida, com a saúde, o que revolta mais porque se trata de crianças", reclamou o tucano, que é pré-candidato à Presidência da República em 2022

Doria também disse que a gestão estadual aguarda aval da Anvisa para aplicação da Coronavac em crianças. Caso haja autorização do órgão, o Instituto Butantan teria 12 milhões de doses à disposição para uso.

Do total de crianças elegíveis para vacinação no Estado, 850 mil possuem comorbidades e deficiências ou são indígenas e quilombolas. O governo paulista já adquiriu 4,5 milhões de seringas e agulhas de 1 ml para aplicar o imunizante e abriu processo de compra da mesma quantidade de material para a segunda dose.
Hospitalizações por síndrome respiratória
A média móvel de novas hospitalizações diárias por síndrome respiratória aguda grave (Srag) dobrou em um período de um mês em todo o estado. 

O indicador, que compreende pacientes tanto de covid-19 quanto de influenza, saltou de 280 no dia 4 dezembro para 566 nesta terça-feira, 4, segundo dados disponíveis na plataforma Seade. O índice é apontado como um dos mais importantes pelo governo paulista para medir o avanço da pandemia e, mais recentemente, das internações por gripe.

Ainda que o apagão dos dados oficiais do governo federal impossibilite uma leitura mais ampla do cenário pandêmico, a piora de alguns índices e a maior procura por remédios têm ligado o alerta quanto ao avanço da covid-19 em São Paulo. Principalmente porque esse fenômeno tem se dado de forma paralela aos surtos de gripe, que tem sobrecarregado os postos de saúde na capital paulista.

Conforme apontado pelo Estadão nesta quarta, o cenário fez ainda com que as vendas de medicamentos antigripais nas farmácias disparassem nas últimas semanas. A procura por remédios para coriza, febre e dor de cabeça, muitos comercializados sem receita, triplicou em alguns estabelecimentos, na comparação com o mesmo período do ano passado.