O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está no centro da polêmica sobre a vacinação contra covid-19 para crianças entre 5 e 11 anos Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a pasta deverá liberar uma nota técnica ainda nesta semana sobre os autotestes para a covid-19. O documento será encaminhado para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que decidirá sobre a autorização. 
O ministro afirmou que espera orientação das farmácias aos consumidores para como usar o autoteste de forma correta. Além disso, Queiroga disse que os resultados positivos para covid-19 deverão ser informados às autoridades sanitárias. No entanto, ele não explicou como funcionará essas notificações.
"O autoteste, desde que a farmácia que venda apoie os que compram na realização do teste, orientando-os a realizar o teste de forma correta, e que sejam informados os casos positivos ao Ministério da Saúde, é uma iniciativa que pode se somar ao esforço do Ministério da Saúde e do poder público de uma maneira geral", disse o ministro.
Por isso, o ministro afirmou que a pasta trabalha em uma nota técnica para regularizar o autoteste, utilizado em outros países, mas ainda sem autorização no Brasil. Ele disse também que quem trouxe o item de fora do país pode utilizá-los.
"Se trouxe o teste, pode testar. Tem orientações, não é complexo. O que precisamos é de uma política para que se faça isso de maneira sincronizada e possa ser útil do ponto de vista de saúde pública", declarou. 
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, já havia dito, que a pasta enviará à agência uma nota técnica sobre o assunto solicitando a avaliação.
No Brasil não é permitido a venda de exames de antígeno a serem feitos em casa. Apenas as farmácias realizam os procedimentos. Com uma sensibilidade considerada alta, o exame é feito com a coleta de material no nariz com o cotonete ou por saliva. O autoteste, porém, tem sensibilidade menor do que outros exames (como o PCR) e está sujeito ao erro do paciente não treinado.
O secretário enfatiza que ter o autoteste em casa pode ajudar mais gente a testar, mas que ele não tem a mesma eficácia do diagnóstico feito por profissionais de saúde. "A mensagem é que o autoteste é uma ferramenta de apoio e não substitui o diagnóstico do profissional de saúde. A pessoa deve fazer o teste e, caso esteja com sintomas, deve ir ao posto de saúde ou hospital se certificar do diagnóstico", afirmou Cruz.
O que diz a Anvisa
Questionada na semana passada sobre o tema, a Anvisa esclareceu que, considerando o enquadramento da covid-19 como doença de notificação compulsória, a viabilidade de utilização de produtos de autoteste requer a vinculação a políticas públicas com propósitos claramente definidos.
"A ampliação de acesso, inclusive ao público leigo, deve ser estudada com critério quanto aos riscos, benefícios e possíveis efeitos", disse por meio de nota na oportunidade.
Segundo a agência, deve-se levar ainda em consideração também o impacto relacionado a possíveis erros de execução de ensaios, que além de reverberar na qualidade de vida dos usuários, podem afetar os programas de saúde pública.