Essa é primeira remessa das 4,3 milhões de doses pediátricas da farmacêutica americanaMinistério da Saúde/ Myke Sena

As primeiras vacinas contra covid-19 destinadas a crianças de 5 a 11 anos chegaram ao Brasil, às 4h45 desta quinta-feira, 13. Remessa com 1,2 milhão de doses do imunizante da Pfizer foi descarregada no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (São Paulo). O lote será distribuído a estados e municípios para iniciar a aplicação. A previsão é que o Brasil receba em janeiro um total de 4,3 milhões de doses da vacina. A remessa é a primeira de três que serão enviadas ao país.

De acordo com o Ministério da Saúde, durante o primeiro trimestre devem chegar ao Brasil quase 20 milhões de doses pediátricas, destinadas ao público-alvo de 20,5 milhões de crianças. A previsão é que todas sejam entregues no primeiro trimestre. Além das unidades de janeiro, 7,3 milhões devem ser entregues em fevereiro e outras 8,4 milhões em março.

Na semana passada, o ministério anunciou a inclusão de crianças entre 5 e 11 anos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19.
Em entrevista coletiva o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, lembrou que esse público precisa ser atendido por uma vacina específica, desenvolvida pela Pfizer. "Essa vacina tem uma dosagem diferente, equivalente a 1/3 do que é aplicada em adultos. E isso foi atestado através de estudos clínicos e 'agora' teve a aprovação da Anvisa”, disse ele.

Segundo a pasta, para a imunização desse público será necessária a autorização dos pais. No caso da presença dos responsáveis no ato da vacinação, haverá dispensa do termo por escrito. A orientação da Pasta é que os pais procurem a recomendação prévia de um médico antes da imunização.

O esquema vacinal para crianças terá o intervalo de oito semanas. O imunizante tem dosagem e composição diferentes da que é utilizada na dose para os maiores de 12 anos. A vacina para crianças será aplicada em duas doses de 0,2 mL (equivalente a 10 microgramas). A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de vacinação e também pelos pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para serem vacinadas.
Campanha de imunização
A imunização de crianças entre 5 e 11 anos já tem a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde o dia 16 de dezembro. No entanto, o governo criou barreiras para iniciar a imunização, afirmando que não haveria urgência. O ministro da saúde afirmou que seria necessário ouvir a sociedade civil e especialistas sobre a aplicação do imunizante, mesmo tendo sido aprovado no órgão regulador brasileiro.
Somente na semana passada, a inclusão de crianças no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO) só foi anunciada pela Saúde, após muito resistência do ministro Queiroga, que chegou a convocar uma consulta pública para avaliar a receptividade da população à sugestão do Ministério de exigência de prescrição médica para vacinar os mais jovens. A maioria dos participantes rejeitou a proposta de parecer médico para vacinar seus filhos e tutelados.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) também já fez várias críticas sobre a vacinação das crianças. Ele acredita haver uma "desconfiança" e "interrogação enorme" em relação aos supostos efeitos colaterais na aplicação dos imunizantes nessa faixa etária. Em um episódio, ele afirmou que iria divulgar os nomes dos técnicos da Anvisa que aprovaram o uso da vacina da Pfizer para crianças. Ele disse que pediu a lista de forma "extra-oficial" para que "todos tomem conhecimento" dos responsáveis pela aprovação.