Jair BolsonaroAlan Santos

Em tom de "campanha antecipada", o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a usar sua tradicional transmissão ao vivo nas redes sociais para destacar medidas de seu governo e desferir ataques ao PT, seu principal adversário nas eleições deste ano.
De acordo com o calendário definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a realização de comícios e propagandas na internet só está permitida a partir do dia 16 de agosto.
Durante a live, Bolsonaro citou, por exemplo, que os ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Gilson Machado (Turismo) devem ser candidatos ao Senado pelo Rio Grande do Norte e pela Paraíba.
Além disso, elencou medidas do governo que considera positivas, como as mudanças na prova de vida do INSS e a possibilidade de renegociação de dívidas do Financiamento Estudantil (Fies), regulamentada hoje. A prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia também foi citada.
"A questão eleitoral é questão do teu trabalho. Temos que mostrar serviço agora", chegou a dizer Bolsonaro. Ele ainda citou que o PT realizava live ao mesmo tempo que ele para marcar os 42 anos da sigla. "O líder das pesquisas, com 50%, tem 50 vezes menos gente assistindo a live dele do que a live nossa. É prova concreta de que isso é uma farsa, as pesquisas não batem com a realidade", afirmou.
Estratégia
A oito meses das eleições, o presidente tem reciclado o discurso de combate à esquerda e criticado os governos Lula e Dilma para tentar garantir sua vaga no segundo e reeditar a polarização com o PT, estratégia vitoriosa em 2018.
Em eventos e lives nas redes sociais, Bolsonaro ampliou citações a escândalos de corrupção na Petrobras e no BNDES ocorridos durante a era petista. "Todo mundo sabe o que está em jogo", disse nesta quinta-feira, 10, ainda em referência aos casos de corrupção.
Ao lado do presidente na transmissão ao vivo, Rogério Marinho afirmou que "existe uma narrativa" para criar clima de "já ganhou", em referência ao favoritismo de Lula em pesquisas de intenção de voto.
"Mas quem conhece a política sabe que treino é treino, jogo é jogo. A população brasileira vai se lembrar do que ocorreu em tempos pretéritos. Tempo do PT, que é contraponto a esse governo, se notabilizou pelo assalto literal ao erário público", disparou o ministro.
Marinho disputa com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, a vaga de pré-candidato ao Senado pelo Rio Grande do Norte com apoio do governo. Os dois já acertaram que não sairão candidatos juntos.