Jair BolsonaroReprodução
Governo Bolsonaro tem 53,3% de menções negativas e 24,4%, positivas, aponta pesquisa
Levantamento também constatou que teorias da conspiração a respeito de uma suposta fragilidade das urnas eletrônicas voltaram a ter força nas redes, principalmente na bolha bolsonarista
São Paulo - Pesquisa semanal do Modalmais em conjunto com a AP Exata, publicada nesta sexta-feira (18), mostra que houve pouca mudança no cenário de avaliação do governo Bolsonaro esta semana. A porcentagem dos que avaliam a gestão como ruim ou péssima é de 53,3% (0,2 p.p. a menos do que na semana passada), sendo que apenas 24,4% (0,1 p.p. a mais) consideram o governo como bom ou ótimo, restando 24,3% que julgam como regular (2,0 p p. a mais).
As teorias da conspiração a respeito de uma suposta fragilidade das urnas eletrônicas voltaram a ter força nas redes, principalmente na bolha bolsonarista. Neste grupo, há uma narrativa forte que acredita que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já está sob ataque dos hackers e que os ministros escondem a informação. As falas do presidente Jair Bolsonaro (PL), em que diz que parte dos magistrados quer impedi-lo de ser candidato com o intuito de eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são vistas como verdade absoluta pela militância digital governista, que volta a pedir medidas mais radicais por parte do governo.
As declarações do presidente foram dadas durante entrevista à Rádio Jovem Pan, na última quarta-feira (16). Ele disse que os ministros do STF Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso querem torná-lo inelegível, "na base da canetada", para beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário na disputa ao Palácio do Planalto neste ano. Bolsonaro também criticou declarações de Fachin, que, em entrevista ao Estadão, afirmou que a Justiça Eleitoral "já pode estar sob ataque de hackers" e citou a Rússia como origem da maior parte dessa ofensiva.
Além disso, a viagem de Bolsonaro à Rússia foi profundamente criticada, resultando em um aumento das menções negativas no Twitter, que chegaram a atingir 68%. A rejeição foi acentuada, acima de tudo, por dois fatores: a homenagem de Bolsonaro a soldados comunistas e às fake news que atribuíam ao presidente a suposta desistência do presidente Vladimir Putin de invadir a Ucrânia. Os dois episódios foram rechaçados e ironizados, tendo sido positivos apenas na bolha dos bolsonaristas.
Bolsonaro se reuniu com Putin na quarta-feira, 16. No encontro, o chefe do Executivo brasileiro destacou ao russo que deseja colaborar nas áreas de defesa, petróleo, gás e agricultura. A crise dos fertilizantes também foi debatida e as duas partes destacaram a necessidade de manter a cooperação no agronegócio.
A campanha do PT, em contrapartida, tem focado no voto evangélico para ampliar sua base eleitoral, já que Bolsonaro está cada vez mais distante do grupo, que o beneficiou nas eleições de 2018. Contudo, ainda é clara a resistência do público cristão conservador, tendo em vista as pautas identitárias defendidas pelo partido. Ainda assim, Lula apresenta um cenário de vantagem, já que a militância petista tem reforçado dados econômicos das suas gestões como forma de consolidar sua imagem.
A manutenção das candidaturas que hoje se colocam como a chamada "terceira via" também foi discutida nas redes. Internautas veem como frágeis as candidaturas de Sérgio Moro (Podemos), João Dória (PSDB), Rodrigo Pacheco (PSD), Simone Tebet (MDB) e Felipe DÁvila (Novo). Muitos especulam quando esses nomes deixarão de lado a intenção de disputar a Presidência. Apenas Ciro Gomes (PDT) escapou às especulações. O pedetista se mantém como o presidenciável com maior aprovação entre os que o mencionam, mas segue com grande dificuldade em ampliar sua participação nos debates das redes.
Entre os presidenciáveis, Bolsonaro é o que possui maior número de menções, totalizando 48,9%. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal adversário, vem logo atrás, somando 32,8% das menções.
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