Roman Abramovich, dono do clube de futebol Chelsea, e dois negociadores ucranianos tiveram sintomas de possível envenenamento John Sibley / REUTERS

O oligarca russo Roman Abramovich, que tenta mediar entre Moscou e Kiev para acabar com a guerra na Ucrânia, assim como dois negociadores ucranianos, sofreram sintomas que apontam para um possível "envenenamento", informou o jornal americano The Wall Street Journal nesta segunda-feira, 28.
Depois de uma reunião na capital ucraniana neste mês, o bilionário proprietário do clube de futebol inglês Chelsea e ao menos dois altos funcionários da equipe negociadora ucraniana "desenvolveram sintomas", escreveu o jornal, citando "pessoas cientes desta situação".
Os sintomas descritos, incluindo olhos vermelhos e lacrimejantes, descamação do rosto e das mãos, depois melhoraram "e suas vidas não estão em perigo", acrescentou o WSJ.
As fontes do jornal falaram de um possível envenenamento e de supostos simpatizantes da linha dura em Moscou que, segundo dizem, querem sabotar as negociações destinadas a acabar com a guerra na Ucrânia.
Um parente de Roman Abramovich, no entanto, disse por sua vez que não tinha certeza da identidade de quem acusou o grupo, especifica o Wall Street Journal, afirmando também que os especialistas ocidentais não puderam determinar a causa dos sintomas.
O jornal confirma de qualquer forma que o oligarca russo, considerado próximo do presidente russo Vladimir Putin, e já sujeito a sanções da União Europeia e do Reino Unido após a invasão da Ucrânia pela Rússia, começou a viajar entre Moscou e Ucrânia como parte da mediação para acabar o conflito.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse no domingo que vários empresários russos, incluindo Abramovich, se ofereceram para ajudar a Ucrânia.
O Wall Street Journal revelou na semana passada que o presidente ucraniano pediu ao seu homólogo americano Joe Biden que não sancionasse Abramovich, argumentando que ele poderia desempenhar um papel nas negociações de paz Ucrânia-Rússia.
De fato, o nome do bilionário não aparece neste momento na lista de oligarcas sancionados por Washington, ampliada várias vezes desde a ofensiva russa lançada em 24 de fevereiro, a última na quinta-feira passada.