O ministro Luís Roberto Barroso foi uma das autoridades a se manifestar após a assinatura do documentoAbdias Pinheiro/ Secom TSE

Autoridades, personalidades e políticos se manifestaram, nesta quinta-feira, 31, contra a ordem do dia em alusão à data de 31 de março, marcada pelo golpe militar de 1964, que deu início à ditadura militar no Brasil. Ciro Gomes (PDT), Rodrigo Pacheco (PSD) e o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso foram alguns dos que se posicionaram sobre o documento assinado pelo ministro general Walter Braga Netto.
Pré-candidato à presidência pelo PDT, Ciro, criticou tanto o presidente Jair Bolsonaro (PL), quanto o Ministro da Defesa. "O discurso desvairado de Bolsonaro no Rio Grande do Norte e a legenda anacrônica do Twitter da Ordem do Dia do Ministro da Defesa conversam, entre si, como peças de propaganda de desespero. A sociedade brasileira não precisa deste tipo de alerta nem se amedrontará com ele", escreveu nas suas redes sociais.

Sem citar diretamente o documento assinado por Braga Netto, Barroso também fez uma série de posts com críticas e alertas sobre os perigos da ditadura. 
"Você sabia que durante a ditadura TODAS as músicas, TODOS os filmes e TODAS as novelas tinham que ser previamente submetidos ao Departamento de Censura? Você sabia que os jornais tinham censores nas redações decidindo o que podia ser publicado? Essa é a história", lembrou.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, lembrou afirmou que a nação não pode compactuar com posições que ferem as liberdades.
"A defesa da Democracia não permite retrocessos. O norte de uma Nação deve ser sempre o da estrita obediência à sua Constituição, forjada no anseio da formação de um país livre, cujo teor rechaça flertes, mesmo que velados, com posições autoritárias e que ferem as liberdades", escreve.
Na ata, Netto defende que o o século 20 “foi marcado pelo avanço de ideologias totalitárias que passaram a constituir ameaças à democracia e à liberdade”. Além de dizer que o golpe de 1964 "fortaleceu a democracia" e que este seria "um marco histórico da evolução política brasileira".
Segundo ele, a população brasileira rechaçou tanto a Intentona Comunista quanto as forças nazifascistas na Segunda Guerra Mundial, que terminou em 1945.

“Ao final da guerra, a bipolarização global, que fez emergir a Guerra Fria, afetou todas as regiões do globo, o que trouxe ao Brasil um cenário de incertezas com grave instabilidade política, econômica e social, comprometendo a paz nacional”, afirmou Braga Netto.
Segundo o ministro, cabe a população reconhecer o papel desempenhado por civis e militares que “os deixaram um legado de paz, de liberdade e de democracia, valores estes inegociáveis, cuja preservação demanda de todos os brasileiros o eterno compromisso com a lei, com a estabilidade institucional e com a vontade popular”, completou.