Eduardo Bolsonaro e Miriam LeitãoReprodução Instagram/Divulgação Globo

São Paulo - Diversos parlamentares e personalidades repudiaram a fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com relação à tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão durante a ditadura militar (1964-1985). Os politicos e famosos utilizaram as redes sociais para se manifestarem sobre o caso. Além disso, o PSOl afirmou que entrará com um pedido de cassação de mandato do filho do presidente Jair Bolsonaro.
"Solidariedade à jornalista Miriam Leitão e a todas as vítimas da tortura e suas famílias. Firme repúdio aos que estimulam a violência e a barbárie", escreveu a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR). 
"Minha solidariedade à jornalista Miriam Leitão, vítima de ataques daqueles que defendem o indefensável: as torturas e os assassinatos praticados pela ditadura. Seres humanos não precisam concordar entre si, mas comemorar o sofrimento alheio é perder de vez a humanidade", disse o ex-presidente Lula. 
Ciro Gomes também se manifestou sobre o caso. "Difícil saber quem é o pior dos torturadores. O que fere primeiro ou o que reacende a chaga da memória sempre aberta de um torturado. Ao debochar de Miriam Leitão (@miriamleitao), o verme Eduardo Bolsonaro nos provoca esta sombria reflexão", escreveu.
"Miriam Leitão estava grávida quando usaram uma Cobra numa sala escura para torturá-la. Um homem que faz piada com essa situação é desumano, repugnante. Acionamos o Conselho de ética. O deputado
@BolsonaroSP, assim como seu pai, precisa responder pelos seus atos", disse a deputada federal Sâmia Bonfi (PSOL-SP). 
"Debochar de tortura, tortura de mulher grávida, não faz de ninguém cool ou politicamente incorreto. Só vil. Baixo. Desumano. Miriam Leitão é gigante no que faz. E derrotou a tortura e seus torturadores. Ontem, hoje e sempre", disse a jornalista Daniela Lima.
Políticos como o senador Randolfe Rodrigues (Rede), o senador Alessandro Vieira (PSDB), a deputada Natália Bonavides (PT-RN) e o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, entre outros também repudiaram a atitude de Eduardo.
Entenda o caso
Em seu perfil no Twitter, Eduardo Bolsonaro respondeu Miriam Leitão após a jornalista afirmar que Bolsonaro é um inimigo confesso da democracia. No tweet, o parlamentar escreveu "ainda com pena da cobra" em referência ao animal utilizado por militares para torturá-la.
Segundo relatos da própria jornalista, ela teve de ficar nua em frente a dez soldados e três agentes de repressão e passar horas trancada em uma sala com uma jiboia. Na época, ela estava grávida de um mês. Ela ainda foi presa e torturada com tapas, chutes e golpes que abriram sua cabeça.