Brasília - O filho "04" do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, deve prestar depoimento na sede da Polícia Federal (PF) do Distrito Federal na tarde desta quinta-feira, 7, no âmbito de inquérito sobre possíveis crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro. A apuração foi aberta pela PF em março de 2021, na esteira de um procedimento preliminar do Ministério Público Federal sobre o envolvimento de Jair Renan com um grupo empresarial do setor de mineração.
A Polícia Federal investiga suposta atuação do filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) no agendamento de reunião com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, da qual Renan também teria participado.
A PF investiga se Jair Renan atuou junto ao governo federal em benefício da própria empresa. A corporação também investiga se a empresa do filho do mandatário (Bolsonaro Jr Eventos e Mídia) foi utilizada para promover articulações entre a Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, grupo que atua nos setores de mineração e construção, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
O grupo presenteou Renan e o empresário Allan Lucena, um dos parceiros comerciais dele, com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil. Depois de um mês, os representantes da empresa se reuniram com Marinho em um encontro que contou com a participação de Renan e, de acordo com o próprio ministério, foi marcado a pedido de um assessor especial da Presidência. Caso fique comprovado o pagamento de propina, Jair Renan pode responder criminalmente por tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
À época em que a investigação Renan foi aberta, o advogado Frederick Wassef, que representa o filho "04" do presidente negou as suspeitas. Wassef deve acompanhar Renan no depoimento à PF na tarde desta quinta-feira, 7.
Os investigadores tentam ouvir o filho do presidente há quatro meses, mas não conseguiram até então. Ele já foi intimado em dezembro, mas não compareceu ao depoimento e os advogados pediram adiamento. A PF enviou o inquérito ao Ministério Público Federal, que pediu adiamento do prazo para a conclusão de diligências. Após quatro meses, a investigação irá retornar com esse depoimento.
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