Jair Bolsonaro e Braga Netto.AFP

O presidente Jair Bolsonaro (PL) reforçou nesta segunda-feira, 11, que o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e hoje alocado em um cargo de confiança no Palácio do Planalto, é o nome mais cotado para assumir a vice na chapa pré-candidata à reeleição. "90% de chance de ser o Braga Netto", declarou o presidente em entrevista ao grupo "O Liberal", do Pará.
Braga Netto é a figura mais cotada para a vaga desde que Bolsonaro começou a sinalizar nos bastidores que gostaria de um vice militar para evitar ser alvo de um processo de impeachment em um eventual segundo mandato. Em março, o chefe do Executivo disse que seu vice seria um militar de Belo Horizonte, perfil do general.
Bolsonaro destacou, no entanto, que a decisão ainda não foi fechada. "Meu vice, atualmente, é um general de Exército. Então, pode ser que eu continue, não estou batendo o martelo aqui, pode ser que eu continue também com outro general de Exército. Isso dá credibilidade à chapa, respeitabilidade", disse o presidente na entrevista.
Alexandre de Moraes
O chefe do Executivo aproveitou para ampliar críticas e cobranças ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na entrevista, questionou o pedido de prisão decretado contra o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), seu aliado político que usa tornozeleira eletrônica após ataques à democracia.
"Por mais errado que esteja o Daniel Silveira - ele falou muita coisa ofensiva, ninguém duvida disso aí -, a pena não pode ser cumprir preventivamente nove anos de cadeia. Um deputado federal!", afirmou Bolsonaro na entrevista,
O presidente também criticou a suposta inação de Moraes às falas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário do governo nas eleições deste ano, por incentivar militantes a "incomodar" parlamentares. "Isso é uma interferência, é um crime. Isso é um ato antidemocrático, Alexandre de Moraes. Vai ficar quieto? Vai ficar quieto?", perguntou o presidente.
Trigo
Bolsonaro também afirmou nesta segunda-feira, na entrevista, que o governo trabalha para tornar o Brasil autossuficiente em trigo e até mesmo exportador do produto. O presidente declarou que a guerra na Ucrânia levará à diminuição na oferta de trigo em todo o mundo, o que deve elevar os preços da commodity.
"Estamos trabalhando com Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária para que, em poucos anos, consigamos ser autossuficientes em produção de trigo, bem como ser exportadores", disse o chefe do Executivo,
O presidente da Embrapa, Celso Moretti, deve estar na live presidencial desta semana para explicar os trabalhos da entidade para reduzir a dependência externa de trigo, revelou Bolsonaro.