Roni era conhecido como braço-direito do ex-líder da facção criminosa Comando Vermelho no estado mineiro, atuando na capital, principalmente na Pedreira Prado Lopes e em toda a Região MetropolitanaReprodução

Minas Gerais - Roni Peixoto, braço direito de Fernandinho Beira-Mar e um dos maiores traficantes de Minas Gerais, foi morto a tiros em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (11). 
De acordo com informações da Polícia Militar, Roni foi alvo de tiros enquanto entrava na garagem de casa ao ser abordado por dois homens encapuzados. Antes de atirarem, os suspeitos pararam o carro em que estava o traficante e se identificaram como policiais civis. 
Ele era conhecido como braço-direito do ex-líder da facção criminosa Comando Vermelho no estado mineiro, atuando na capital, principalmente na Pedreira Prado Lopes e em toda a Região Metropolitana. 
A ligação com Beira-Mar se tornou forte quando o traficante carioca ficou preso em Belo Horizonte.
Roni já foi preso por homicídio, posse e porte ilegal de arma de fogo, formação de quadrilha e tráfico de drogas. Roni foi condenado por tráfico de drogas em 1997, mas ganhou o direito de deixar a prisão durante o dia para trabalhar. No entanto, em 2007, foi detido com 560 kg de maconha.
Três anos depois, ele foi preso novamente por apuração de que ele era chefe de uma quadrilha que obtinha drogas do Paraná e São Paulo. Ele chegou a fugir da Penitenciária José Maria Alkimin, em Ribeiro das Neves, na Região Metropolitana, e entrou na lista dos mais procurados no estado mineiro.

Em 2012, ele foi preso novamente dentro de casa, em Goiânia, no Goiás, sendo transferido para Minas Gerais, para cumprir pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. Já em 2018, ele passou para o regime semiaberto e conseguiu o direito de sair temporariamente e trabalhar externamente. Porém, em abril de 2019, ele deixou a cadeia e passou a cumprir pena em regime domiciliar depois de mais de 24 anos em regime fechado.
O Comando Vermelho é uma das maiores organizações criminosas do país e descende da Falange Vermelha. A sua criação ocorreu dentro do Instituto Penal Cândido Mendes, na Ilha Grande, em Angra dos Reis, em 1979. Entre os membros fundadores da facção estão os líderes Beira-Mar, Rogério Lemgruber, William da Silva Lima, o "Professor", Marcinho VP e Elias Pereira da Silva, o "Elias Maluco". A organização criminosa tem ramificações em diversos estados brasileiros, como Acre, Amapá, Alagoas, Ceará, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Norte e Tocantins.
Beira-Mar é considerado pelos órgãos federais um dos maiores traficantes de armas e drogas da América Latina. Criado em Duque de Caxias, no Rio, Beira-Mar foi preso por roubo, aos 20 anos, e, após cumprir pena, voltou para a favela e se tornou um dos cabeças do tráfico local. Para fugir do cerco policial, ele se refugiu no Paraguai e também já buscou abrigo no Uruguai. Ele também se aliou com as FARC, na Colômbia, para aprender sobre união de facções, porém foi pego e deportado ao Brasil.

Ele está preso desde 2002. Desde esse, já foi transferido várias vezes de presídio para presídio, mas atualmente cumpre pena na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Já foi condenado em mais de 150 anos de prisão. 
Em agosto de 2019, ele se graduou em Teologia na Faculdade Batista do Paraná (Fabapar). No trabalho de conclusão, ele critica o capitalismo e o define como subversão dos valores de Jesus Cristo.