Luiz RamosEBC

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, se pronunciaram, nesta segunda-feira, 25, sobre as falas do magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso a respeito das Forças Armadas.
Em seu perfil oficial no Twitter, Ramos defendeu a classe das acusações de interferência nas eleições e disse: "Defender a soberania nacional é dever das Forças Armadas. Eleições democráticas e transparentes fazem de nós um País soberano, por isso, nossas FA estarão sempre vigilantes pelo bem do nosso povo, do nosso Brasil", declarou.
"Forças Armadas 'estão sendo orientadas a atacar e desacreditar' o processo eleitoral, diz ministro Barroso. Essa afirmação não procede; é inconsistente e sem fundamento. Forças Armadas 'convidadas para participar do processo', estão sendo orientadas, como sempre, a ajudar a lisura do evento", escreveu ele.
As falas vêm logo depois da publicação de um comunicado do Ministério da Defesa repudiando a declaração de Barroso durante um seminário, por videoconferência, com uma universidade Alemã, neste domingo. Na ocasião, o magistrado disse que vê as Forças Armadas sendo orientadas para atacar o processo eleitoral.
O ministro também disse que o Brasil vê o crescimento do populismo autoritário e mencionou o desfile de tanques na Esplanada dos Ministérios, além das falas do presidente Jair Bolsonaro contra às urnas eletrônicas e a favor do retorno do voto impresso. Na época, Barroso era presidente do TSE e chegou a convidar representantes das três forças para acompanhar o processo.
O Ministério da Defesa alegou que tem colaborado com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) através de propostas "colaborativas" no âmbito da Comissão de Transparência das Eleições (CTE) e que todo o projeto elaborado foi baseado em "estudo técnico realizado por uma equipe de especialistas, para aprimorar a segurança e a transparência do sistema eleitoral, o que ora encontra-se em apreciação naquela Comissão. As eleições são questão de soberania e segurança nacional, portanto, do interesse de todos", disse a pasta.
"Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições", disse a pasta.