Brasil registra mais de 757 mil casos prováveis de dengue Reprodução

O Brasil registrou 757.068 casos suspeitos de dengue nas primeiras 18 semanas, o que representa alta de 151% em relação ao mesmo período de 2021. O país tem incidência de 354,9 casos a cada 100 mil habitantes, de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado nesta segunda-feira (16).

As informações sobre dengue se referem às notificações ocorridas entre as semanas epidemiológicas (SE) 1 e 18 (2 de janeiro a 7 de maio), disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) On-line.

Entre as entidades da federação com as maiores incidência da doença estão Distrito Federal, com 37.856 casos, Goiânia (GO), com cerca de 36 mil casos, Joinville, com 11.373 casos , Palmas, com 10.523 casos e Aparecida de Goiânia/GO, com 10.346 casos.

Até a SE 18, foram confirmados 504 casos de dengue grave (DG) e 6.730 casos de dengue com sinais de alarme (DSA). Outros 524 casos de DG e DSA permanecem em investigação. Até o momento, foram confirmados 265 óbitos por dengue, sendo 241 por critério laboratorial e 24 por critério clínico epidemiológico.

Os estados que apresentaram o maior número de óbitos por dengue foram São Paulo (99), Santa Catarina (28), Goiás (28) e Bahia (22). Outros 300 óbitos estão sob investigação.

Chikungunya


Considerando as notificações ocorridas entre as semanas epidemiológicas (SE) 1 e 18 (2 de janeiro a 7 de maio), o ministério calcula que houve 70.092 prováveis casos de Chikungunya, com taxa de incidência de 32,9 casos por 100 mil habitantes no país. Esses números correspondem a um aumento de 74,6% dos casos em relação ao ano anterior.

Entre os municípios com os maiores registros de casos prováveis da doença estão Juazeiro do Norte (CE), com 4.027 casos, Fortaleza (CE), com 3.615 casos, Salgueiro (PE), com 2.462 casos, Crato (CE), com 2.457 casos e Barbalha (CE), com 1.926 casos.

A Região Nordeste foi a que concentrou a maioria dos casos (97,6 casos/100 mil hab.), seguida das Regiões Centro-Oeste (21 casos/100 mil hab.) e Norte (14,2 casos/100 mil hab.).

A pasta já confirmou 14 óbitos pela doença, sendo nove no Ceará, dois na Paraíba, um no Maranhão, um no Alagoas e um no Mato Grosso do Sul. Outros 16 óbitos estão em investigação.

Zika

O país teve 5.787 prováveis casos de zika até a SE 17 (2 de janeiro a 30 de abril), correspondendo a uma taxa de incidência de 2,7 casos por 100 mil habitantes. Em relação a 2021, os dados representam um aumento de 214,5% no número de casos no país. No período observado não foram registrados óbitos pela doença.

Criadouros do mosquito
O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), realizado pelo Ministério da Saúde, indicou que 42% dos criadouros do mosquito da dengue estão em depósitos de água para consumo humano. Os números reforçam a importância da participação da população no combate à proliferação do Aedes aegypti, já que o mosquito se mostra cada vez mais habituado ao ambiente doméstico.
O levantamento apontou também que depósitos móveis, fixos e naturais aparecem como segundo maior foco de procriação dos mosquitos, com 32%, enquanto depósitos de lixo têm incidência de 25%.
Com as altas temperaturas e períodos chuvosos, a expectativa é que o número de criadouros aumente. Por isso, o Ministério da Saúde sugere que as pessoas reservem pelo menos 10 minutos na semana para inspecionar suas casas. É preciso verificar telhado, calhas entupidas, piscina, garrafas, pneus e demais itens que possam se tornar criadouros do transmissor. A pasta alerta que os reservatórios de água não devem ficar destampados.
Entre as principais medidas que a população deve tomar para eliminar os criadouros está lavar tonéis com água e sabão, assim como galões ou depósitos de água, que devem ficar fechados. Além disso, é preciso manter as caixas d’água bem fechadas; limpar e remover folhas das calhas; retirar água acumulada das lajes; desentupir ralos e mantê-los fechados ou com telas; colocar areia ou massa em cacos de vidro de muros; lavar plantas que acumulam água duas vezes por semana; preencher com serragem, cimento ou areia ocos das árvores e bambus; evitar utilizar pratos nas plantas ou mantê-los com areia até a borda.
A população também deve tratar a água da piscina com cloro e limpá-la uma vez por semana; retirar a água e lavar com sabão a bandeja externa da geladeira; lavar o suporte para garrafões de água mineral a cada troca; lavar vasilhas de animais com esponja ou bucha, sabão e água corrente, trocá-los uma vez por semana; manter aquários para peixes limpos e tampados ou telados; manter vasos sanitários limpos e deixar as tampas bem fechadas; guardar garrafas vazias e baldes de cabeça para baixo; jogar no lixo objetos que possam acumular água, como: latas, tampas de garrafa, casca de ovo, copos descartáveis; manter a lixeira sempre bem tampada e os sacos plásticos bem fechados; fazer furos na parte inferior de lixeiras externas; descartar ou encaminhar para reciclagem os pneus velhos ou furá-los e guardá-los secos e em locais cobertos.
O Ministério da Saúde recomenda que a pessoa que sentir qualquer sintoma de dengue, como febre, dores de cabeça e no corpo, procure a unidade de saúde mais próxima de casa para atendimento.
Sustentabilidade
Para garantir a proteção contra o mosquito vetor das arboviroses, o Ministério da Saúde encaminha um biolarvicida aos estados e municípios, de acordo com a situação epidemiológica local e com a demanda. O produto representa uma alternativa eficiente no controle das larvas dos mosquitos, pois pode ser adicionado em qualquer lugar que acumule água e tenha potencial para ser um criadouro dos insetos.
A nova tecnologia garante um menor impacto ambiental, por se tratar de um produto biológico de baixo impacto para a saúde humana. O tratamento de alguns criadouros com o biolarvicida deve ser considerado complementar e voltado a depósitos que não podem ser eliminados ou manejados de outra forma, pois o controle mecânico é a primeira alternativa sempre.
O grande benefício, em comparação com os inseticidas tradicionais, é que o produto orgânico causa a morte apenas das larvas do mosquito, sem afetar pessoas e nem animais domésticos, inclusive peixes, aves e outros insetos benéficos. Também não afeta o ambiente, porque não é cumulativo ou poluente.