Rodrigo Pacheco (PSD-MG) se posicionou após os sucessivos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Judiciário e cobrou respeito absolutoPedro Gontijo/Senado Federal

Brasília - Após a nova onda de ataques do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quebrou o silêncio nesta quinta-feira, 19, e, de forma enfática, se posicionou diante de mais um momento de tensão entre governo federal e o Judiciário. 
"Sempre quero deixar claro o nosso compromisso com a democracia, com o estado de direito. E esse compromisso, definitivamente, não se faz sem o absoluto respeito ao Poder Judiciário, e é o que aqui eu gostaria de externar", disse Pacheco.
Presente no evento promovido pelo Conselho da Justiça Federal (CJF), o presidente do Senado deixa transparecer a preocupação com o clima hostil criado entre os Poderes às vésperas das eleições de outubro. Em abril, o próprio Pacheco rechaçou a incomum sugestão de Bolsonaro para que o TSE autorizasse as Forças Armadas fizesse uma apuração paralela de votos durante as eleições.
Após o fracasso retumbante na proposta de retomar o processo de votação impresso, Bolsonaro e sua base de aliados têm realizado ataques coordenados e sucessivos para disseminar dúvidas quanto à segurança e credibilidade do sistema eletrônico praticado há 25 anos no país. 
Na terça-feira, 17, Bolsonaro apresentou ao STF uma notícia-crime contra o ministro Alexandre de Moraes, que a partir de setembro acumulará o cargo de presidente do TSE, solicitando a investigação do magistrado por suposto abuso de autoridade. Relator do caso, ministro Dias Toffoli, rejeitou o pedido na quarta, 18, mesmo dia que Bolsonaro encaminhou a mesma representação à Procuradoria Geral da República (PGR), que analisa o caso.