O presidente da República, Jair Bolsonaro, avaliou como positivo o primeiro contato com Elon MuskAFP
Sem revelar detalhes do 'date', Bolsonaro cita início de 'namoro' com Musk
Na rápida passagem do bilionário pelo país, chefe do Executivo tentou se defender das críticas sobre desmatamento na Amazônia, comprovado pelo Inpe
Porto Feliz - Numa semana marcada pelo embate com o Judiciário, o presidente da República, Jair Bolsonaro, aproveitou a rápida visita do bilionário Elon Musk a Porto Feliz, Região Metropolitana de Sorocaba, Sçao Paulo, nesta sexta-feira, 20, para amenizar o 'estrago' na corrida pela reeleição, de acordo com a avaliação do Centrão. Num aceno ao mercado, tentou atrair para si os holofotes do encontro com bilionários empresários brasileiros ao citar o 'início de namoro' com o homem mais rico do mundo.
O encontro articulado pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, foi motivado pelo interesse comercial de Elon Musk por meio da oferta de conectividade da rede de satélites Starlink a 19 mil escolas em áreas rurais, além do monitoramento a região da Amazônia, fiscalização que já é realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e das instituições não governamentais Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e Mapbiomas.
Ao ignorar os dados divulgados pelo próprio Inpe, que alertou para o recorde desmatamento na região, acima de 1 mil km² em abril deste ano, governo federal, sem comprovação científica ou técnica, tem a intenção de mostrar a verdade a Musk sobre a Amazônia. Cem citar detalhes do possível acordo, prazos ou valores, o chefe do Executivo voltou a explorar a analogia com 'namoro' para classificar o encontro com o bilionário americano.
"É a primeira vinda aqui, um primeiro contato, o início de um namoro. Tenho certeza que vai acabar em casamento brevemente. Ele é uma pessoa bastante objetiva e quer concretizar o seu sonho de forma mais rápida possível", disse o presidente.
Perto de finalizar a compra do Twitter, rede social que baniu Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, por disseminação de fake news e incitação à violência deflagrada na invasão ao Capitólio, além de uma série de perfis bolsonaristas, por ataques à democracia e divulgação de notícias falsas, Musk abriu as portas para a possível volta de Trump à rede social. Alinhado com ala ideológica de Bolsonaro, foi chamado de 'mito da liberdade' pelo presidente brasileiro pela posição contrária à moderação na internet.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.