A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 206/19 determina a cobrança de mensalidade aos alunos de universidades públicasPavel Danilyuk no Pexels
A cantora Ludmilla também se manifestou contra a proposta e afirmou que a educação pública e gratuita deve ser um direito de todos. Além da artista, o ex-BBB Gil do Vigor também se posicionou contra a emenda disse que a educação é a base de tudo e um direito universal.ISSO MESMO @Anitta FAZ ALGUMA COISA
— União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (@ubesoficial) May 24, 2022
Está em curso hoje na CCJ da Câmara dos Deputados um projeto que institui, PASMEM, a cobrança de mensalidades na nas universidades PÚBLICAS. Inacreditável, mas esse é o país que estamos vivendo. https://t.co/z8USWdm21x
Educação pública e de qualidade é um direito de TODOS. Essa PEC 206 é mais uma tentativa de tirar o básico do povo brasileiro. Completando um total de 0 dias de paz nesse país! #PEC206NAO
— LUDMILLA (@Ludmilla) May 24, 2022
Hoje, está em pauta entre os deputados aprovar a PEC 206, que permite a cobrança de mensalidade em universidades públicas. Eu que vim de uma, vejo o absurdo que isso traz! A educação é a base de tudo e um direito universal! Basta de retrocesso! #PEC206nao
— GIL DO VIGOR (@GilDoVigor) May 24, 2022
A Educação brasileira já tem déficits históricos na formação de qualidade dos alunos e agora ainda querem colocar na Constituição a cobrança do ensino superior público. É aprofundar o fosso da desigualdade e retirar dos pobres chances de melhorar suas condições de vida #PEC206Não
— Marina Silva (@MarinaSilva) May 24, 2022
Não é a primeira vez que essa ideia absurda de cobrar matrícula nas universidades públicas é discutida. Em 2018, o então candidato à presidência Geraldo Alckmin defendia essa ideia na sua campanha.#PEC206naohttps://t.co/Icocl5vk9g
— David Miranda (@davidmirandario) May 24, 2022
A PEC está na pauta da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, segundo o relator, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP). O grupo precisa avaliar a admissibilidade da proposta, ou seja se a PEC não viola as cláusulas pétreas da Constituição.
Caso seja admitida, ela terá mérito analisado por uma comissão especial, que pode alterar a proposta original - com prazo de 40 sessões para votação. Só então vai ao plenário. Por ser uma PEC, a aprovação ainda depende dos votos favoráveis de três quintos dos deputados (308), em dois turnos. Após a aprovação em uma Casa, é enviada para a outra - neste caso, o Senado. Se aprovada, é promulgada na forma de emenda constitucional - se houver modificação substancial, não só na redação, ainda volta à Casa de origem.
Autor da proposta, o deputado federal General Peternelli (União Brasil-SP) justifica a mudança no artigo 206 da Constituição com base no relatório "Um ajuste justo - propostas para aumentar eficiência e equidade do gasto público no Brasil", elaborado pelo Banco Mundial em 2017. O estudo da entidade diz que o gasto brasileiro com estudantes do ensino superior público é "muito superior" ao de países como a Espanha e a Itália, por exemplo.
Especialistas divergem
Presidente da associação de reitores das instituições federais, a Andifes, Marcus Vinicius David diz que a proposta se baseia em "tese ultrapassada" de que as universidades públicas são ocupadas apenas por segmentos sociais de maior renda. Reitor da Federal de Juiz de Fora (UFJF), ele avalia que a mensalidade, mesmo que para alunos mais abastados, elitizaria as instituições "A educação superior de qualidade é muito cara. Se estabelecer os custos, colocaremos valores inacessíveis para a classe média", pondera.
Já o professor do Insper, Sergio Firpo, é favorável à mensalidade para os mais ricos desde que "ajude na distribuição de gastos", com benefício aos mais pobres. Firpo destaca que o modelo de financiamento já é usado em outros países, como os EUA "Público não é igual à gratuito", diz. "Havendo gente que possa pagar não há razão para não cobrar, dado que é algo que você se beneficia privadamente também."
Já Paulo Meyer Nascimento, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é contrário à mensalidade. Ele defende cobrar sobre a renda futura, como é na Austrália, segundo ele. O valor a ser cobrado seria moldado conforme o desempenho do profissional no mercado de trabalho.
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