Ministério da Defesa informou que 150 militares reforçam as buscas do indigenista Bruno Araújo e do jornalista Dom PhillipsDivulgação/Ministério da Defesa

Brasília — Senadores aprovaram, nesta segunda-feira (13), a criação de uma Comissão Temporária Externa para acompanhar as investigações do desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira. O grupo foi montado após um pedido feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A dupla está desaparecida desde o dia 5 na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares.
O grupo será formado por três integrantes da Comissão de Direitos Humanos, três da Comissão de Meio Ambiente e três da Comissão de Constituição e Justiça. O objetivo será ir até o Vale do Javari, apurar as causas do desaparecimento e investigar, durante 60 dias, o aumento da criminalidade na Amazônia. O parlamentar defende que o crescimento do domínio de organizações criminosas na região pode ser uma das causas do desaparecimento do jornalista e do indigenista. 
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) propôs aguardar mais alguns dias antes de criar a comissão. Ele alegou que o desfecho do caso pode ocorrer dentro de poucos dias com a localização de Phillips e Pereira. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, no entanto, manteve a votação do requerimento de Randolfe. 
No início da sessão, Pacheco discursou sobre o caso e lamentou o ocorrido. "Nós não queremos precipitar o que de fato aconteceu com o Bruno Pereira e com o Dom Phillips, mas, caso se confirme o fato de terem sido eventualmente assassinados, é uma situação das mais graves do Brasil", disse ele, que também exaltou o trabalho do indigenista como servidor da Funai.
Na última sexta-feira (10), a Polícia Federal (PF) informou que localizou material orgânico, "aparentemente humano", em uma área próxima ao porto de Atalaia do Norte.