Para o jornal, ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas são uma "potencial prévia" de sua estratégia eleitoralAFP
The New York Times critica discurso de Bolsonaro em reunião com embaixadores
Jornal norte-americano comparou o chefe do Executivo a Donald Trump
São Paulo - O jornal americano The New York Times, um dos mais importantes do mundo, já emitiu críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) em seus editoriais, além de noticiar atos de seu governo que repercutiram internacionalmente. O caso mais recente diz respeito ao encontro que o chefe do Executivo promoveu com embaixadores nesta segunda-feira, 18, para lançar dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas no Brasil. Ao noticiar o episódio, o veículo comparou Bolsonaro ao ex-presidente americano Donald Trump e apontou o gesto como uma "potencial prévia" de sua estratégia para as eleições deste ano.
Em 21 de outubro de 2018, uma semana antes do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, o The New York Times publicou um editorial chamado "Brazil's Sad Choice", ou, em tradução livre, "A triste escolha do Brasil". O texto chamou Bolsonaro de "tempestuoso" e classificou suas opiniões sobre grupos minoritários como "repulsivas".
O editorial também chamou o então candidato à Presidência de "Donald Trump brasileiro", comparando-o ao americano por ele ter, segundo o jornal, "aproveitado uma onda de descontentamento, frustração e desespero" para chegar ao mais alto cargo da República.
Em março de 2019, mais uma comparação ao ex-presidente dos EUA. Um vídeo publicado pelo jornal reuniu declarações polêmicas do presidente, como quando ele disse que "ninguém gosta de homossexual", e apontou que, assim como Trump, Bolsonaro fala "sem rodeios". Em agosto de 2019, um editorial do jornal disse que a Amazônia, descrita como um "tesouro global", estava nas mãos do "menor, mais estúpido e mesquinho dos homens" ("the smallest, dullest, pettiest of men").
"Tem sido de partir o coração ver o país queimar, literal e figurativamente, sob o governo de Bolsonaro", dizia o texto. O chefe do Executivo justifica esse tipo de crítica dizendo que outros países atentam contra a soberania do Brasil sobre a Amazônia.
Em junho de 2020, o jornal americano publicou em matéria que teve destaque na capa da sua versão impressa que o presidente Jair Bolsonaro tem feito "ameaças de golpe que abalam o Brasil com aumento das mortes por vírus". Segundo o jornal, o País vive uma crise que ameaça "desmantelar a maior democracia da América Latina".
"Enquanto o Brasil se recupera de sua pior crise em décadas, o presidente Bolsonaro e seus aliados estão usando a perspectiva de intervenção militar para proteger seu poder", dizia a matéria, assinada por Simon Romero, ex-correspondente do jornal no País, e outros dois repórteres.
Em novembro de 2021, um artigo publicado no jornal afirmou que o chefe do Executivo coloca em risco a integridade das eleições brasileiras de 2022 ao desacreditar de antemão o resultado das urnas, comparando-o mais uma vez a Trump. "Com seus números nas pesquisas caindo, o presidente Jair Bolsonaro já questiona a legitimidade da eleição do ano que vem", disse o jornal.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.