A senadora Simone Tebet (MDB-MS) é líder da bancada femininaMarcelo Camargo/Agência Brasil

Em um evento marcado por declarações de políticos do PSDB que causaram constrangimento no público, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi confirmada nesta terça-feira, 2, como candidata a vice na chapa presidencial da também senadora Simone Tebet (MDB-MS). Após o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) declinar do convite, Mara, que está no meio do mandato no Senado, foi escolhida pelos tucanos. A chapa foi intitulada "Amor e Coragem".
"Elas estão bonitas hoje. Se produziram. Eu presto atenção. O Tasso presta também", disse o senador José Serra (PSDB-SP), rindo, em seu discurso.
Em outro momento que causou constrangimento entre os presentes, Tasso afirmou que a economista Elena Landau, que coordena o plano de governo de Simone na área econômica, "é meio rebelde, mas a gente controla". Em seguida, Tasso disse que só a "docilidade" das mulheres pode "unir esse País". Apesar dos risos da plateia, Simone Tebet, Mara Gabrilli e a própria Elena mantiveram impassíveis.
Já o presidente do PSDB, Bruno Araújo, brincou em sua fala que seria preciso uma cota de 20% para homens na campanha da chapa.
"Sei como é difícil para nós homens, que fomos criados para não ter esse romantismo e gentileza, falar de amor. As mulheres sabem falar de amor", disse o presidente do Cidadania, Roberto Freire.
PT e Celso Daniel
Tanto Mara quanto Simone fizeram críticas ao PT e a Bolsonaro durante o evento. "Quis o PT puxar nosso tapete. Um dia a história saberá", disse Tebet em referência aos encontros do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com líderes do MDB, no mês passado, na tentativa de ampliar a sua base de apoio.
Já Mara retomou o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), em 2002, quando o pai dela tinha uma empresa de ônibus na cidade. "Eu vivi dentro de casa meu pai sendo extorquido pelo PT com uma arma na cabeça" acusou a senadora.
A confirmação de Mara Gabrilli como vice na chapa de Simone Tebet ocorre após a resolução do impasse entre MDB e PSDB no Rio Grande do Sul. Ficou acordado que o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) vai receber o apoio dos emedebistas na disputa.
A senadora Eliziane Gama (MA), do Cidadania - partido que formalizou federação partidária com o PSDB - chegou a ser cotada como vice de Simone Tebet, mas os tucanos não abriram mão de indicar um nome da legenda. Esta será a primeira vez desde a criação do partido que o PSDB não terá candidato próprio na disputa pelo Palácio do Planalto.
A ex-prefeita de Caruaru e pré-candidata ao governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), também chegou a ser apontada para compor a chapa. Mas, diante do seu desempenho no Estado, avaliou que não valeria a pena abrir mão da disputa regional.